O País – A verdade como notícia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que a Rússia pode estar a prepara-se para uma “grande guerra” na Europa, “em 2029 ou 2030”, no continente europeu e defendeu a necessidade de haver uma “forte pressão” sobre o país liderado por Vladimir Putin.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta quinta-feira que não há sinais de que a Rússia “queira parar” a invasão e alertou que o país poderá estar a preparar-se para uma “grande guerra” em “2029 ou 2030”.

“Precisamos de pressionar mais a Rússia. De acordo com a situação no campo de batalha, não vemos que a Rússia queira parar. O problema é que, observando a indústria militar russa, vemos que estão a aumentar a sua produção. E a nossa avaliação é que querem continuar esta guerra”, começou por considerar o presidente da Ucrânia numa publicação na rede social X.

Zelensky defendeu que, se existir uma “forte pressão”, a Rússia “precisará de uma pausa”. No entanto, defendeu a necessidade de “reconhecer” que o país liderado por Vladimir Putin “quer uma grande guerra”, que poderá acontecer em “2029 ou 2030”.

“Acreditamos que, se exercermos uma forte pressão, os russos precisarão de uma pausa. Mas temos de reconhecer que eles querem uma grande guerra e preparar-se para estarem prontos em 2029 ou 2030 – neste período – para iniciar uma guerra desta dimensão. No continente europeu. Encaramos isso como um grande desafio”, escreveu.

Neste sentido, Zelensky afirmou, ainda, que é necessário “pensar” em como deter a Rússia na Ucrânia e “fazer tudo para diminuir as suas capacidades”. 

O alerta de Zelensky surge um dia após o Canadá ter aplicado novas sanções contra Moscovo, visando sobretudo o setor energético russo. As sanções canadianas têm como alvo 13 indivíduos e 11 entidades, várias das quais envolvidas no desenvolvimento e execução do programa de drones da Rússia, segundo um comunicado de Otava.

“Foram também sancionadas diversas entidades russas especializadas em gás natural liquefeito, dado que a Rússia continua a depender das receitas energéticas para financiar a sua guerra de agressão contra a Ucrânia”, acrescentou o comunicado.

As sanções visam ainda 100 navios da chamada “frota fantasma” usada pela Rússia para contornar as penalizações já existentes.

Os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido já tinham aplicado sanções semelhantes.

Nas últimas semanas, a Ucrânia tem enfrentado a intensificação dos ataques russos contra as suas infraestruturas energéticas e o assalto das forças russas à cidade estratégica de Pokrovsky, no leste do país, à medida que o inverno se aproxima e as negociações para o fim da guerra estão paradas.

Pelo menos 42 pessoas estão desaparecidas e presume-se que tenham morrido após o naufrágio de uma embarcação com migrantes na costa da Líbia, declarou esta quarta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Em comunicado, a agência da ONU lamentou “a perda de vidas em mais um trágico incidente na costa da Líbia”, escreve o Noticias ao Minuto.

Segundo a OIM, a 08 de Novembro corrente, as autoridades líbias conduziram uma operação de busca e salvamento após o naufrágio de um bote insuflável junto ao campo petrolífero de Al-Buri.

De acordo com os sobreviventes, a embarcação, que transportava 49 migrantes e refugiados [47 homens e 2 mulheres], partiu de Zuwara (norte da Líbia) a 03 de Novembro por volta das 03:00, no horário local (mesma hora em Maputo). Aproximadamente seis horas depois, ondas fortes provocaram a falha do motor, fazendo com que a embarcação virasse e lançasse todos os passageiros ao mar.

A OIM referiu que depois de seis dias à deriva, apenas sete homens, dos quais quatro do Sudão, dois da Nigéria e um dos Camarões, foram resgatados.

“Tragicamente, 42 pessoas continuam desaparecidas e são dadas como mortas, incluindo 29 do Sudão, oito da Somália, três dos Camarões e duas da Nigéria. A equipa da OIM prestou assistência médica de emergência, forneceu água e alimentos aos sobreviventes assim que estes chegaram ao ponto de desembarque, em coordenação com as autoridades competentes”, indicou a nota.

De acordo com os dados mais recentes do Projecto Migrantes Desaparecidos da OIM, o número de mortes no Mediterrâneo Central já ultrapassou as mil este ano.

Este naufrágio, ocorrido poucas semanas após outros incidentes fatais perto de Surman (Líbia) e Lampedusa (Itália), sublinha os perigos persistentes enfrentados pelos migrantes e refugiados ao longo da rota do Mediterrâneo Central, afirmou a agência da ONU.

Com este último naufrágio, este total aumentou, segundo a OIM, que reforçou “a necessidade urgente de uma cooperação regional mais forte, da expansão de rotas migratórias seguras e regulares e de operações de busca e salvamento mais eficazes para evitar mais perdas de vidas”.

A ex-primeira-dama do Gabão e o seu filho foram condenados na terça-feira à revelia a 20 anos de prisão por desvio de fundos públicos e branqueamento de capitais, noticiaram esta quarta-feira os meios de comunicação social locais.

Sylvia Bongo e Noureddin Bongo foram considerados culpados dos casos de desvio de fundos e branqueamento de capitais pelo Tribunal Penal Especial de Libreville, mesmo estando os dois ausentes da sessão de julgamento.

“Sylvia Bongo foi considerada culpada de receber e desviar fundos públicos, branqueamento de capitais, apropriação indevida de fundos e instigação à falsificação”, afirmou o juiz Jean Mexant Essa Assoumou, do Tribunal Penal Especial de Libreville, ao anunciar a sua decisão.

Por seu lado, Noureddin Bongo foi considerado culpado de “desvio de fundos públicos, suborno, usurpação de títulos e funções, branqueamento de capitais agravado e associação criminosa”, ainda de acordo com a mesma sentença.

Segundo o magistrado, ambos “abusaram do poder presidencial” após o AVC sofrido pelo Presidente Ali Bongo em 2018.

Além da pena de prisão, o tribunal impôs a cada um uma multa de 100 milhões de francos CFA (mais de 152 mil euros), enquanto juntos deverão pagar 1.000 milhões de francos CFA (mais de 1,5 milhões de euros) por danos morais ao Estado gabonês.

O filho da ex-primeira-dama deverá pagar ainda mais 1,2 mil milhões de francos CFA (cerca de 1,8 milhões de euros) por danos financeiros.

Sylvia Bongo, de 62 anos, e o seu filho, de 33, não estiveram presentes no julgamento, que teve início esta segunda-feira, porque abandonaram o país rumo a Angola em Maio passado, graças à intervenção da União Africana (UA).

Os dois residem agora em Londres e anunciaram recentemente que não regressariam para um julgamento que consideram uma farsa.

Durante o processo, o procurador-geral, Eddy Minang, mostrou imagens de aviões privados e de diferentes propriedades imobiliárias, como a sua mansão em Londres e o seu palácio em Marraquexe, Marrocos, adquiridos com dinheiro branqueado.

O procurador afirmou também que a ex-primeira-dama recebeu 16 mil milhões de francos CFA (mais de 24 milhões de euros) para suas “necessidades pessoais”, enquanto o ex-assistente pessoal da ex-primeira-dama deu conta em tribunal da compra de joias, vestidos e obras de arte por um valor total entre três e quatro milhões de dólares anuais, bem como de desvio de fundos públicos para contas no Dubai.

Outra dezena de personalidades próximas ao Governo do ex-Presidente Bongo estão a ser julgadas no âmbito deste processo, que se estenderá até ao próximo dia 14.

Os militares tomaram o poder no Gabão em 30 de Agosto de 2023, pouco depois de as autoridades eleitorais anunciarem a vitória de Ali Bongo nas controversas eleições daquele mês.

A família do ex-chefe de Estado – que se tornou Presidente após a morte de seu pai, Omar Bongo, em 2009 – ocupava o poder desde 1967.

Colisão entre um autocarro turístico e um camião perto da cidade egípcia de Ras Garib fez dois mortos. Maioria dos feridos são turistas russos, com cidadãos lituanos e finlandeses também entre as vítimas.

Duas pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas hoje na sequência de uma colisão entre um autocarro turístico e um camião perto da cidade egípcia de Ras Garib, na costa do mar Vermelho, anunciaram as autoridades.

Segundo o jornal egípcio Al Masry al Youm, a maioria dos feridos são turistas russos, com cidadãos lituanos e finlandeses também entre as vítimas.

O autocarro seguia da cidade de Hurghada para o Cairo e transportava turistas que visitavam vários sítios arqueológicos.

As causas do acidente ainda estão a ser investigadas.

A oposição camaronesa continua a contestar o resultado das últimas eleições presidenciais. O segundo classificado, Issa Tchiroma Bakary, deu às autoridades um ultimato de 48 horas para libertar todos os presos detidos nos protestos que se seguiram à reeleição de Paul Biya.

Num vídeo publicado nas redes sociai, Tchiroma acusou o Governo de “gangsterismo de Estado e terrorismo de Estado”. Pediu, ainda, às autoridades que cessem as práticas que, segundo ele, incluem “expurgos étnicos”.

Tchiroma ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais com 35,19 por cento dos votos, atrás de Paul Biya, que obteve 53,66 por cento, de acordo com os resultados oficiais. Mas o líder da oposição considera-se o presidente eleito dos Camarões.

Acredita-se que Tchiroma tenha deixado os Camarões rumo à Nigéria pouco depois das eleições. Tem convocado o povo camaronês a protestar contra a alegada fraude eleitoral, inclusive por via de protestos em cidades-fantasmas.

As forças de segurança camaronesas mataram 48 pessoas numa repressão às manifestações pós-eleitorais, segundo uma notícia da Reuters baseada em fontes da ONU. O Governo afirma que pelo menos cinco pessoas morreram. Paul Biya tomou posse oficialmente na quinta-feira e apelou ao fim da violência.

“Apelo ao sentido de responsabilidade de todos. Dirijo-me a todos aqueles que trabalham para incitar o ódio e a violência no nosso país, particularmente alguns dos nossos compatriotas na diáspora”, disse. “Camarões não precisa de uma crise pós-eleitoral com consequências potencialmente dramáticas, como já vimos noutros lugares.”

Caso o seu ultimato não seja respeitado, Tchiroma advertiu às autoridades de que o povo camaronês “se sentirá livre não só para se proteger, mas também para fazer todo o possível para proteger os seus filhos e encontrá-los onde quer que estejam”.

A UNICEF acusou esta terça-feira Israel de estar a bloquear a entrada em Gaza de bens essenciais, incluindo 1,6 milhões de seringas compradas pela agência para a campanha de vacinação em curso.

O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Ricardo Pires, lamentou, em conferência de imprensa em Genebra, que Israel considere as seringas e os frigoríficos como bens de “dupla utilização” – para fins civis e militares – e acrescentou estar a ser “muito difícil” conseguir passar estes artigos pelos controlos e inspecções, “apesar da urgência da situação”.

As vacinas têm como objectivo imunizar as crianças em Gaza contra doenças “mortais, mas evitáveis”, como a poliomielite, o sarampo e a pneumonia, garantiu.

A UNICEF, que está a realizar uma campanha de vacinação infantil em massa no âmbito do cessar-fogo em vigor, indicou que seringas e frigoríficos a energia solar para armazenar os frascos de vacinas aguardam autorização alfandegária desde Agosto.

Além disso, há pelo menos 938 mil biberões “que podiam chegar a crianças que sofrem de diferentes graus de subnutrição”, mas estão também bloqueados na fronteira, acrescentou Ricardo Pires.

O Coordenador de Actividades Governamentais nos Territórios (COGAT), unidade das forças armadas israelitas que supervisiona o fluxo de ajuda humanitária para Gaza, não explicou a demora, mas assegurou não estar a limitar a entrada de alimentos, água, material médico e artigos para abrigo e acusou o Hamas de roubar mantimentos humanitários, acusações que o grupo islamita palestiniano nega.

No domingo, a UNICEF lançou a primeira de três rondas de vacinação para chegar a mais de 40 mil crianças com menos de 03 anos que não foi possível imunizar em dois anos de guerra.

No primeiro dia da campanha, mais de 2.400 crianças receberam várias vacinas. “Ainda temos duas jornadas pela frente, e para isso precisamos de mais mantimentos”, disse Ricardo Pires.

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em vigor desde 10 de Outubro, previa distribuir um grande volume de ajuda humanitária em todo o enclave, mas as agências de assistência têm afirmado repetidamente que a quantidade permitida não é suficiente para satisfazer as necessidades de uma população de dois milhões de pessoas, em grande parte deslocadas e subnutridas.

 

Dez mil convidados e 45 delegações estrangeiras assistem esta terça-feira, em Luanda, ao acto central das comemorações do 50.º aniversário da independência de Angola, anunciou esta segunda-feira o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente.

“Celebrar 50 anos é um acontecimento único e insólito”, afirmou Adão de Almeida, sublinhando a “longa jornada de preparação” deste evento que simboliza a unidade nacional “de um povo que se libertou do colonialismo, conquistou a paz e trabalha afincadamente para o desenvolvimento do país”.

Segundo o governante, a cerimónia, que terá lugar na Praça da República, contará com delegações de todas as 18 províncias angolanas e representações estrangeiras “dos mais diferentes níveis”, incluindo chefes de Estado, vice-presidentes, primeiros-ministros e ministros dos Negócios Estrangeiros, num total de 45 delegações internacionais confirmadas.

Inicialmente estavam previstos cerca de oito mil convidados para assistir ao acto central, mas o número foi alargado “para incluir mais pessoas”, e as autoridades criaram condições para receber aproximadamente 10 mil cidadãos, incluindo cerca de 350 jornalistas credenciados para a cobertura do evento.

O desfile cívico vai reunir cerca de seis mil participantes, representando “os mais diferentes segmentos da sociedade angolana”, seguindo-se um desfile militar, com quatro mil efetivos das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional, que encerra com a apresentação da música oficial dos 50 anos.

A cerimónia inclui ainda a condecoração póstuma com a Medalha de Honra ao Presidente António Agostinho Neto, proclamador da independência nacional e primeiro chefe de Estado angolano, bem como a mensagem à nação do Presidente, João Lourenço, considerada o ponto mais alto das celebrações.

Antes do acto central, está previsto o hastear da bandeira nacional no Museu de História Militar, seguindo-se uma homenagem no sarcófago do Memorial Dr. António Agostinho Neto, com a presença de João Lourenço e dos chefes de Estado convidados.

Adão de Almeida garantiu que todas as condições de segurança, transporte e assistência médica estão asseguradas, com equipas de emergência e meios de evacuação preparados no local.

“Temos hoje as condições todas criadas para que amanhã tenhamos aqui um momento importante de reflexão e de celebração sobre os 50 anos da nossa independência”, afirmou.

O ministro adiantou que o evento congrega “os vários Estados que ajudaram a Angola na luta pela libertação nacional e que ajudam hoje Angola no quadro da cooperação internacional para o desenvolvimento”, reforçando o caráter diplomático e simbólico das comemorações.

Adão de Almeida destacou igualmente que o acto “celebra a diversidade, a cultura e a alegria do povo angolano”, refletindo a pluralidade de regiões, etnias e expressões culturais representadas no desfile e no público presente.

Adão de Almeida afirmou que os preparativos decorrem dentro da normalidade e que estão criadas todas as condições para que o país celebre à altura a grandeza dos seus 50 anos de independência.

Cerca de 200 pessoas morreram no domingo em confrontos entre dois grupos extremistas islâmicos na Nigéria, no estado de Borno, onde o exército anunciou esta segunda-feira que resgatou 86 reféns numa operação antiterrorista.

Os combates entre o Boko Haram e o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês) eclodiram no domingo na cidade de Dogon Chiku, nas margens do lago Chade, de acordo com fontes da agência de notícias France-Presse (AFP).

“De acordo com o balanço que obtivemos, cerca de 200 terroristas do ISWAP foram mortos nos combates”, declarou à AFP Babakura Kolo, membro de uma milícia que apoia o exército nigeriano.

O número de mortos do ISWAP foi confirmado à AFP por um antigo membro do Boko Haram, que, segundo o mesmo, perdeu quatro membros nestes confrontos.

Uma fonte dos serviços de informação nigerianos a operar na região afirmou à AFP estar a acompanhar de perto as consequências dos confrontos, que causaram “mais de 150 mortos”.

“Temos conhecimento dos combates, que são uma boa notícia para nós”, acrescentou a mesma fonte.

O exército nigeriano localizou também no domingo combatentes de ambos os grupos na localidade de Dutse Kura, depois de terem descoberto que estavam a raptar civis, informou o porta-voz do exército nigeriano, Sani Uba, num comunicado divulgado na madrugada de hoje na rede social X.

“As tropas frustraram o ataque, perseguiram os terroristas até Mangari e derrotaram-nos num novo confronto perto de um acampamento, obrigando-os a fugir em debandada”, declarou Uba, acrescentando que “ao revistar a zona, (…) resgataram 86 pessoas sequestradas, entre elas homens, mulheres e crianças”.

O porta-voz precisou que o acampamento foi destruído e que, durante a operação foram apreendidas armas, munições e veículos.

O exército também informou que, numa outra operação, as tropas destacadas para a localidade de Mangada, no mesmo estado, detiveram 29 fornecedores logísticos dos grupos extremistas.

As operações ocorreram dois dias depois de o novo chefe do exército da Nigéria, Waidi Shaibu, ter instado as tropas a manter uma “pressão constante” contra os grupos no nordeste, após o Presidente norte-americano ter advertido sobre uma possível ação militar no país africano, ao acusar o Governo nigeriano de “permitir a matança de cristãos”.

O nordeste da Nigéria sofre ataques do Boko Haram, desde 2009, o que se agravou com a divisão do grupo em 2016, motivada por divergências ideológicas, nascendo assim o ISWAP.

O Boko Haram e o ISWAP já mataram mais de 35 mil pessoas – muitas delas muçulmanas – e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, sobretudo na Nigéria, mas também nos países vizinhos Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados oficiais.

Duduzile Zuma-Sambudla, filha do ex-presidente sul-africano, Jacob Zuma, declarou-se inocente das acusações relacionadas com a instigação dos distúrbios de 2021, que fizeram mais de 350 mortos na África do Sul.

Zuma-Sambudla compareceu perante o Tribunal Superior de Durban, no leste do país, esta segunda-feira, onde se declarou inocente das acusações de incitamento ao terrorismo e à violência pública, de acordo com a imprensa local.

A Procuradoria acusou-a de ter utilizado as redes sociais para incentivar protestos que eclodiram em Julho de 2021, após a detenção do seu pai por desacato ao tribunal, ao recusar-se a testemunhar numa investigação de corrupção durante o mandato (2009-2018).

Os distúrbios, centrados nas províncias de KwaZulu-Natal, no leste, e em Gauteng, no norte, degeneraram em saques em massa, motins e violência generalizada, resultando em pelo menos 354 mortos e milhares de detenções.

Zuma-Sambudla obteve liberdade sob fiança em Janeiro, depois de o tribunal ter considerado que não havia indícios de risco de fuga.

Durante a audiência desta segunda-feira, em que o pai esteve presente, o Ministério Público revelou que “foram criados um total de 164 grupos de WhatsApp com o único propósito de comunicar e coordenar os distúrbios”, segundo as investigações.

Zuma-Sambudla, de 43 anos, é actualmente deputada na Assembleia Nacional pelo partido uMkhonto weSizwe, liderado pelo pai, e é a principal força da oposição desde as eleições de Maio de 2024.

Após os episódios de violência, o ex-presidente recebeu liberdade condicional por motivos de saúde, tendo apenas cumprido dois dos 15 meses da pena. Os detalhes nunca foram divulgados, contudo, um tribunal declarou ilegal essa decisão, em Dezembro de 2021.

 

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