A União Desportiva de Songo é campeã nacional de futebol. O médio malawiano Banda foi o herói do jogo, ao marcar o único golo da partida diante do Ferroviário de Maputo.
À entrada da última jornada, havia indefinição sobre quem seria o campeão do Moçambola, tendo em conta que as duas equipas estavam na corrida, no caso a União Desportiva do Songo e a Associação Black Bulls, formações que estavam separadas por apenas dois pontos na tabela classificativa. Susto!
Com os jogos das duas equipas candidatas ao título em andamento, a Black Bulls adiantou-se no marcador diante do Costa do Sol, resultado que colocava os “touros” em vantagem em relação ao seu concorrente, que, face ao empate que se registava no Estádio da Machava, era obrigado a vencer, de modo a levantar o canecão.
Sucede que o Ferroviário de Maputo não facilitava, considerando que não deixava o seu adversário explanar o seu jogo. Em Tchumene, a Black Bulls chegava ao segundo golo, ainda na primeira parte. Os “touros” foram ao intervalo na qualidade de campeões, atendendo que, no jogo da Machava, se registava um empate.
EXPULSÃO DE INFREN E INSPIRAÇÃO DE BANDA
Ciente de que as contas do título não jogavam a seu favor, a União Desportiva do Songo adoptou uma nova postura na segunda parte, aparecendo, contrariamente na primeira parte, no sector mais recuado do Ferroviário.
Ainda assim, não conseguia chegar com perigo à baliza defendida por Manuel Tivane. Nervos e nervos. Foi por aí que os “hidroeléctricos” tiveram a segunda contrariedade no jogo, depois de, na primeira parte, o atacante Dayo ter sido forçado a deixar as quatros linhas por conta de uma lesão, ao ficar contundido num choque com Jeitoso.
Infren acusou o peso do jogo e, numa “peleja” com o árbitro, acabou por ser expulso da partida, por reclamar uma decisão deste. A situação da UDS complicava-se ainda mais, na medida em que tinha noção das incidências do jogo de Tchumene. Mexidas nas duas equipas.
A União Desportiva do Songo começa a acreditar que poderia vencer a partida, até porque o Ferroviário de Maputo já havia baixado de intensidade, quiçá pela velocidade imprimida na primeira parte. E veio o momento do jogo. John Banda foi o “sol nascente” da sua equipa, como que a fazer jus ao significado do nome do seu país Malawi, em uma das línguas locais, nianja. À entrada da grande área, de trás para frente, o médio malawiano conclui com êxito um centro do seu colega para golo. Momento único para o jogador e para a União Desportiva de Songo, que já tinha, inclusive, encomendadas as faixas de campeão. Festa total no Estádio da Machava.
Os representantes da província de Tete escreviam mais um capítulo no futebol moçambicano, conquistando o terceiro título, depois de o terem feito em 2017 e 2018. A conquista da edição 2022 do Moçambola vem colorir a excelente época que a União Desportiva de Songo teve, tendo sido a equipa mais regular na prova. Os “hidroeléctricos” terminaram o campeonato com 50 pontos, frutos de 15 vitórias, cinco empates e duas derrotas.
INCOMÁTI, MATCHEDJE E LIGA “DESLIGADOS”
Se por um lado havia muita expectativa sobre quem seria o campeão nacional, por outro as atenções estavam viradas para a terceira equipa que iria acompanhar a dupla Matchedje de Mocuba e Liga Desportiva de Maputo para a segunda divisão.
Duas equipas estavam na berlinda: Associação Desportiva de Vilankulo e Incomáti de Xinavane. Para se manter no Moçambola, o Incomáti precisava de vencer o Ferroviário da Beira e esperar que a ADV perdesse diante do Matchedje, algo que não veio a acontecer. Com uma vitória por 3-2 sobre os “militares”, os “hidrocarbonetos” garantiram a manutenção na maior prova futebolística nacional.
O Incomáti, que mesmo jogando em casa não foi para além de um empate sem abertura de contagem, resultado insuficiente para as suas pretensões e face à vitória do seu mais directo concorrente, viu-se relegado para a segunda divisão.
SANTOS TENTOU FAZER MILAGRES
Caiu o pano da edição 2022 do Moçambola e, com ela, ficaram algumas ilações. O Ferroviário de Nampula, que desde logo se assumiu como candidato ao título, não conseguiu alcançar tal desiderato. Ainda assim, conseguiu uma das melhores prestações nos últimos anos.
Com uma equipa repleta de jogadores experientes, uns dados como “acabados”, Nelson Santos levou a equipa à terceira posição, terminando a prova com 40 pontos. Apesar disso, o técnico português já anunciou que não vai continuar no comando técnico do Ferroviário de Nampula, visto que o seu contrato já terminou.
A tripla Ferroviário de Maputo, Ferroviário da Beira e Costa do Sol, equipas com tradição no Moçambola, teve uma época desastrosa, se comparado com as anteriores. Das três equipas, o Costa do Sol até teve um início promissor, chegando a ocupar as primeiras posições nas primeiras jornadas da prova.
Longe do brilharete do ano passado, o Ferroviário de Lichinga conseguiu a manutenção, ao terminar a prova na sexta posição com 28 pontos. Já o Ferroviário de Nacala terminou o campeonato na oitava posição, com 26 pontos.
Resultados da 22ª Jornada
Liga Desportiva – Fer. Lichinga (0-3)
Fer. Lichinga – Fer. Nacala (1-0)
Incomáti – Fer. Beira (0-0)
Fer. Maputo – UD. Songo (1-0)
Black Bulls – Costa do Sol (3-0)
- Vilankulo – Matchedje (3-2)
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