Mais de cinco mil agregados familiares serão abrangidos, a nível nacional, pelo segundo inquérito ao sector informal 2021-2022. A campanha, que vai durar três meses, acontece dezasseis anos após a realização do primeiro inquérito, em Julho de 2005.
O inquérito ao sector informal 2004-2005 revelou, entre outras informações, que naquela altura 19.432 pessoas trabalham no sector informal no país, estando a maior parte concentrada na zona centro, com 8.182 pessoas.
O mesmo relatório revelou ainda que o sector informal é composto maioritariamente por mulheres e a incidência recai nas zonas rurais, com 12.959 contra 6.472 das zonas urbanas.
Entretanto, dezasseis anos depois, o Instituto Nacional de Estatística (INE) pretende actualizar os dados sobre quem são, quantos são, onde estão e o que fazem os trabalhadores informais em Moçambique.
O director nacional de Estatística Sectorial e Empresas, no INE, Adriano Matsinhe, explica as razões do longo intervalo entre a realização do primeiro e o segundo inquérito.
“O ideal era que este inquérito fosse feito de cinco em cinco anos, mas a conjuntura económica não nos permitiu cumprir com a regra. Durante este tempo todo estivemos a bater portas por forma a termos financiamento para o projecto, mas não conseguimos. Felizmente, desta vez, o Banco Mundial abriu-nos as portas, por isso iremos realizar”, referiu.
A fonte referiu, ainda, que em todo o país já estão compostos 64 agentes de campo, entre inquiridores e controladores, prontos para visitar os mais de cinco mil agregados familiares.
“Este é um inquérito feito por amostragem. Ao nível nacional foram selecionados 482 bairros, para inquirir 5600 agregados familiares”, disse a fonte.
A decorrer de 5 de Outubro a 31 de Dezembro, a implementação do INFOR 2021-2022 conta com o apoio do Banco Mundial.
“Este inquérito vai custar dois milhões de dólares americanos, provenientes do nosso parceiro estratégico, o Banco Mundial. Este não é o custo total, porque não vai cobrir todas as despesas, estando algumas despesas cobertas pelos bens que o INE possui, como viaturas e outros componentes cruciais para a execução do trabalho no terreno”.
Mais do que actualizar os dados, o INFOR (2021-2022) pretende contribuir para a elaboração de políticas contra o trabalho infantil, um mal que tende a crescer no país.
“A Organização Mundial do Trabalho considera 15 anos como a idade mínima para o emprego, mas nós temos visto no nosso país várias crianças a exercerem actividade remuneratória. Para termos dados fiáveis e concretos sobre o número de crianças abaixo de 15 anos que têm emprego, nós iremos inferir de 7 a 15 anos de idade”, disse.
O inquérito ao sector informal 2021-2022 foi lançado esta terça-feira, na vila municipal da Manhiça, pela secretária de Estado da Província de Maputo, Vitória Diogo, com réplica em todo o país.