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INGRH alerta para cheias no Licungo, Zambeze e Save

O Instituto Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (INGRH) alerta para a possibilidade de ocorrência de cheias e inundações nas bacias do Zambeze, Save e Licungo. A situação deve-se às chuvas intensas na zona Centro e pelo facto de o Zimbabwe ter todas as suas barragens a 100 por cento de armazenamento.

Os meses de Janeiro, Fevereiro e Março são considerados de pico em termos de chuvas no país. Neste momento, chove de forma intensa na região centro e quase todas as bacias estão numa situação de alerta, mas maior preocupação se tem em relação às bacias do Zambeze e Licungo.

“As bacias do Licungo Zambeze, Búzi e Púnguè estão com níveis muito altos de água devido à chuva que está a cair de forma persistente. Licungo, por exemplo, esteve perto de atingir o nível de alerta há dois dias, mas agora a situação vai oscilando, com a previsão do ciclone poderemos ter inundações porque é um rio que está na margem. Ademais, continuamos no pico da época chuvosa e tudo pode acontecer. Cenário de preocupação estende-se para a Bacia do Zambeze, neste momento está com níveis extremamente altos, está quase no seu limite em termos de carga. Se a precipitação continuar nos próximos tempos poderemos ter inundações”, explicou Agostinho Vilanculos, Chefe do departamento de Gestão de Bacias Hidrográficas, no Instituto Nacional de Gestão de Recursos Hídricos.

 

BARRAGENS DO ZIMBABWE A 100%, PRONTAS A DESCARREGAR…

Já para a Zona Sul, a preocupação tem a ver com o Rio Save que separa o Sul do Centro do país. É que este rio tem ligações com uma série de barragens do lado do Zimbabwe que já se apresenta com infra-estruturas saturadas.

“Todas as barragens no Zimbabwe estão a 100 por cento da sua capacidade, e temos nesse rol de infra-estruturas, uma barragem que é relativamente grande, com uma capacidade de 1 800 milhões de m³ de armazenamento, o que se aproxima à capacidade da Barragem de Massingir, sendo que tem uma capacidade para descarregar caudais muito altos. Entretanto, estamos a interagir com o país vizinho para maior coordenação. Mesmo assim antevemos que a Bacia do Save terá escoamentos significativos nos próximos dias. Face a esse cenário descrito poderemos ter cenários de inundações e cheias nas Bacias do Licungo, Zambeze e Save”, esclareceu.

 

BARRAGEM DE NAMPULA COM APENAS 45% DE RETENÇÃO

O Instituto Nacional de Gestão de Recursos Hídricos apela, por isso, à tomada de medidas de precaução. Preocupação contrária se tem em relação à barragem que alimenta a Cidade de Nampula.

“Na Zona Norte estamos com oscilação de níveis, mas com tendência a subir de caudais em quase todas as bacias hidrográficas, com destaque para Messalo, Megaruma, Montepuez, Lúrio e Monapo – que consideramos as mais importantes – mas a chuva que cai não é significativa. Estamos com preocupação porque a Barragem de Nampula, que alimenta a cidade com o mesmo nome, está neste momento com níveis de enchimento de cerca de 45 por cento. Para igual período do ano passado, estávamos com um cenário de cerca de 100 por cento de enchimento. Isso para dizer que estamos a precisar de muita chuva nessa região”, precisou.

A entidade garantiu, porém, que irá actualizar sistematicamente a informação para que o evento não encontre a população desprevenida.

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