Centenas de famílias continuam nos centros de acomodação transitórios na Cidade Maputo, vítimas das inundações causadas pela chuva da época 2022-2023. O edil de Maputo diz que continua a procurar recursos para resolver a situação.
O país já observa a época chuvosa 2023-2024, mas as marcas da época passada continuam a fustigar famílias na Cidade de Maputo.
Teresa Mbeve ocupa duas tendas, onde vive com os filhos e netos. Diz que, ao somar lá os meses de permanência, a vida tornou-se insustentável.
“Estou aqui com o meu marido, meus sete filhos e dois netos. A minha casa, no Bairro das Mahotas, desapareceu; estou aqui onde o sofrimento é tanto. O que queremos é sair daqui porque já estamos cansados. Já vieram aqui e prometeram reassentamento e até aqui não houve nada ainda.”
As tendas não oferecem muita segurança, diz Moisés Cardoso, que viu a sua casa inundada e por isso foi forçado a viver no centro de acomodação. “Quando chove, estas tendas metem água para dentro, temos depois de andar de um lado para outro com os nossos bens. A comida molha aqui e nós não temos para onde ir. O que nós queremos é ajuda para sairmos daqui.”
Sheila Meque está no centro desde o início deste ano e pede às autoridades para resolverem o problema. “Para termos acesso à energia, por exemplo, temos de contribuir entre 10 e 20 Meticais por dia, de modo a comprarmos energia que, às vezes, nem chega. Quanto à água, o director da escola ao lado deixa-nos tirá-la sem problemas e assim conseguimos viver, mas confesso que não tem sido fácil viver nessa realidade”.
O edil de Maputo, Eneas Comiche, disse, aquando das celebrações dos 136 anos da Cidade de Maputo,que sabe a gravidade da situação em que as famílias se encontram.
“Continuamos a procurar recursos para acudir os munícipes que ainda se encontram a viver em centros de acomodação, ao mesmo tempo que procuramos recursos para responder a eventualidades decorrentes da época chuvosa 2023-2024, que já começou.”
Bem ao lado do Bairro Romão, muitas casas do Bairro das Mahotas estão no meio de águas e as ruas estão intransitáveis. Algumas casas foram abandonadas e tudo piora porque a água ali estagnada não tem canais de escoamento.