O índice de confiança no emprego interrompeu, no mês de Agosto, a trajectória descendente, que se verificava desde o mês de Março, ao registar um incremento substancial, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Com as medidas restritivas adoptadas pelo Governo, com vista a travar a propagação da pandemia da COVID-19, muitos moçambicanos caíram no desemprego, com destaque para o sector de turismo. Contudo, os sinais de recuperação já estão à vista.
“Essa situação deveu-se à avaliação positiva do indicador em análise nos sectores da produção industrial, transportes, de alojamento e restauração e ainda construção. Contrariamente, os sectores de comércio e de outros serviços não financeiros registaram uma diminuição das perspectivas da procura, se comparadas com o mês anterior”, justifica o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No geral, o clima económico das empresas recuperou de forma ténue, interrompendo assim a série negativa que vinha registando desde o mês de Fevereiro. Essa ligeira recuperação contou com contributo positivo das perspectivas de emprego e da procura que aumentaram substancialmente no mesmo mês de referência.
Sectorialmente, e de acordo com o INE, a ligeira subida da confiança dos homens de negócio na economia, deveu-se à conjuntura favorável nos sectores de produção industrial, dos transportes, de construção e dos outros serviços não financeiros e que em conjunto suplantaram a situação pouco abonatória dos empresários dos restantes sectores inquiridos no período em análise.
OBSTÁCULOS DAS EMPRESAS
O INE estima, que em média, 57% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo no mês de Agosto, o que representou uma diminuição de 6% de empresas com limitação de actividade face ao mês anterior.
Esta performance foi influenciada pela diminuição de empresas com dificuldades em todos sectores inquiridos, com maior destaque para os sectores de transportes, de alojamento e restauração, bem como de construção que registaram uma diminuição considerável da frequência relativa de empresas com algum obstáculo no seu desempenho no período de referência.
Ainda em Agosto, o indicador de confiança do sector de alojamento, restauração e similares registou uma ligeira diminuição, após sinais de recuperação no mês de Julho, tendo o respectivo nível se situado abaixo do observado no mesmo mês de 2019.
Esse comportamento negativo deveu-se à avaliação muito desfavorável do volume de negócios, apesar da procura corrente, bem como as perspectivas da procura terem melhorado no mês de referência.
Em linha com o indicador síntese sectorial, a perspectiva de capacidade hoteleira foi também de ligeira diminuição se comparado com o mês anterior. Paradoxalmente, a perspectiva de preços foi de ligeiro aumento.
Estima-se, que cerca de 75% das empresas deste sector enfrentaram alguma limitação da actividade, no mês em análise, o que representou uma diminuição de 8% de empresas com constrangimentos face ao mês anterior.
Os principais constrangimentos referidos pelos agentes económicos do sector foram, a concorrência (14%) e os outros factores não especificados (34%), em ordem de importância.