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Indicação do novo PM de São Tomé e Príncipe agrava as relações entre Vila Nova e ADI

A indicação de Américo Ramos pelo Presidente de São Tomé e Príncipe para o cargo de primeiro-ministro está a gerar conflitos entre o partido com maioria no parlamento e o Chefe do Estado, depois de este ter rejeitado as duas propostas do partido Acção Democrática Independente.

Parece estar muito longe a possibilidade de se alcançar consenso entre o partido vencedor das legislativas de 2022 e o Chefe do Estado de  São Tomé e Príncipe, sobre a criação de um novo governo, após a demissão do elenco chefiado por Patrice Trovoada.

É que, após a rejeição da figura indicada pelo partido Acção Democrática Independente, Carlos Vila Nova decidiu nomear Américo Ramos, que, apesar de ser membro do ADI, não é visto com bons olhos pelos seus pares. 

“A nomeação está ferida de grosseira e irreparável inconstitucionalidade, não tendo por isso qualquer validade ou efeito na ordem jurídico-constitucional são-tomense. Não se está perante um primeiro-ministro chefe de governo do ADI ou por outro, o perigo indicado, bem como o governo eventualmente constituído não será jamais um governo do partido ADI”, disse em conferência de imprensa o porta-voz do partido,  Alexandre Guadalupe.

Com esta decisão, o partido ADI acusa o Chefe do Estado de estar a liderar um golpe palaciano, o que afecta a democracia do país. “A nossa democracia atravessa um dos seus piores momentos, dada a complexidade da situação e o seu impacto, tanto interno como externo. O ADI apela à solidariedade indefectível a todos os seus militantes e simpatizantes, bem como à serenidade de todos em busca de uma rápida solução, sem juntar mais estragos à nossa democracia”, disse.

Entretanto, alguns partidos da oposição já manifestaram apoio à escolha do Chefe do Estado.

A indicação do actual governador do banco central, Américo Ramos, ao cargo de primeiro-ministro, é por iniciativa presidencial, após chumbar  Adelino Pereira proposto pela Acção Democrática Independente.

Diante de toda contestação, Américo Ramos tomou posse esta terça-feira, numa cerimónia marcada pela ausência de parte dos membros do ADI convidados pela presidência da República. O novo chefe do governo jurou respeitar a constituição de São Tomé e Príncipe para além de buscar mecanismos para a melhoria da situação económica e social em que o país se encontra mergulhado. 

“Juro por minha honra, cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis, defender a independência nacional, promover o progresso económico, social e cultural do povo santomense, e desempenhar com toda lealdade e dedicação as funções que me são confiadas”, jurou Américo Ramos no salão nobre do Palácio do Povo.

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