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INATRO ainda não imprime cartas provisórias devido a falhas na GovNet

Foto: O País 

Passam três dias que o Instituto Nacional de Transportes Rodoviários não está a imprimir cartas de condução provisórias, matrículas para veículos, nem faz captação de dados. Os utentes exigem que a instituição se posicione e diga até quando a situação vai persistir, pois, a cada dia que passa, somam prejuízos.

O braço-de-ferro entre os utentes e o INATRO vem desde a última quinta-feira, quando, por volta do meio-dia, o sistema que gere todo o processo ligado às cartas de condução foi abaixo, impossibilitando quaisquer trabalhos.

Só na última sexta-feira, depois de muita pressão, é que o INATRO, delegação da Cidade de Maputo, afixou um comunicado que apontou falha de sistema na GovNet, 24 horas depois que dezenas de utentes se amontoaram nas instalações, em busca de esclarecimento.

Esta segunda-feira, na esperança de o problema ter sido ultrapassado, os utentes acorreram às instalações do INATRO, mas, mais uma vez, sem sucesso, para o seu desespero.

“Infelizmente, não há nenhuma informação clara. Dizem que é um problema no sistema e a GovNet é que vai resolver, mas não sabem quando irá acontecer. Não podemos ficar sem informações desta forma, principalmente para nós que tivemos que pedir dispensa no trabalho e não podemos fazê-lo todos os dias”, desabafou Nelsa Matsinhe, que, até à retirada da nossa equipa, continuava no local, sem saber se o sistema seria ou não restabelecido.

A situação prejudica também aquele que precisa da carta de condução para trabalhar, como Cezino João, que é transportador público e encontra-se impossibilitado de se fazer à estrada devido à carta caducada.

“Quinta-feira, vim aqui por volta das 7h e só saí às 15h, por falta de sistema. Voltei sexta-feira, nada de sistema. Hoje, segunda-feira, cá estou novamente, mas parece que nada vai acontecer”, desabafou.

Uma situação que afecta também a delegação provincial de Maputo que não está a imprimir cartas provisórias, matrículas para veículos, nem faz captação de dados, acumulando, desta forma, os alunos nas escolas de condução.

“Há empresas que já estão a ser prejudicadas, como é o caso da minha, onde os trabalhadores só podem fazer-se à estrada com as cartas completamente regulares. Neste momento, não posso ir à estrada”, lamentou Aníbal Macamo, um utente que apelou ao Governo para se posicionar e talvez autorizar a circulação de automobilistas sem cartas de condução regulares, até que a situação volte ao normal.

O jornal “O País” tentou, uma vez mais, ouvir o INATRO, mas este continua fechado em copas. Já o Instituto Nacional do Governo Electrónico, através do GovNet, mantém a promessa de pronunciar-se em breve. Enquanto isso, os utentes continuam sem as suas cartas, nem esclarecimento.

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