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INAM indica propostas para minimizar impacto das mudanças climáticas

Foto: O País

Os produtores precisam de ter, pelo menos, um pluviómetro para monitorizar e planear melhor as actividades de produção, de modo a minimizar o impacto das mudanças climáticas, defende o climatologista Isaías Raiva, do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM). Já o gestor de projectos de desenvolvimento comunitário, Goi Francisco, diz que o país precisa de apostar na permacultura.

Num contexto em que a agricultura do país se ressente dos impactos das mudanças climáticas, provocadas pelo fenómeno El Niño, a sexta edição da Mozgrow discutiu o tema: “Agro-negócio e o desafio das mudanças climáticas”.

A considerar as fragilidades de acesso à informação que os agricultores têm, Isaías Raiva afirmou que seria ideal que cada agricultor tivesse, pelo menos, um pluviómetro para previsões claras sobre os níveis de precipitação.

“Seria importante que cada agricultor tivesse, no mínimo, um pluviómetro. Isso ajudaria a monitorizar melhor a sua actividade. Com o instrumento, eu saberia em que áreas colocar a minha cultura, se vai chover ou não. Este instrumento deve custar 200 Meticais, e nós mostraremos como usar”.

Isaías Raiva também sugeriu que os agricultores devem ter acesso às previsões sazonais que o INAM disponibiliza de forma gratuita. “Saber qual será o clima dos próximos três ou seis meses permite saber quando, o que e onde vou semear e se está a chover o suficiente para a minha agricultura”.

Por sua vez, o gestor de projectos de desenvolvimento comunitário da IPERMO, entidade responsável por projectos de permacultura, em Mahubo, no distrito de Boane, defende que a resiliência do agro-negócio depende do uso e aproveitamento racional das potencialidades de cada região.

Considerando uma pesquisa da FAO, que indica que “a população africana vai aumentar de 15% para 19% até 2030, num ritmo contrário à fertilidade do solo”, e que, “se o continente não adoptar novas abordagens para regenerar o solo até 2050, a terra arável por pessoa vai reduzir para ¼ do que era em 1960”, a IPERMO alerta que é preciso adoptar a permacultura, como forma de potenciar a resiliência aos desafios climáticos.

A permacultura pretende criar um sistema de assentamentos humanos sustentáveis, ecologicamente saudáveis e economicamente viáveis, capazes de ser sustentáveis a longo prazo

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