As fábricas ainda não entregaram a nova tabela de preços de cimentos à Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE). A instituição não sabe se se trata ou não de especulação de preços daquele material de construção.
Desde a semana passada em que os preços do cimento registam agravamento nas cidades de Maputo e Matola, situação que já começa a colocar à prova o poder de compra de quem tem obras.
Em conferência de imprensa, nesta terça-feira, a Inspecção Nacional das Actividades Económicas disse desconhecer os novos preços, uma vez que as fábricas ainda não comunicaram sobre a actualização dos mesmos.
Até agora, a instituição tem apenas em mão a tabela actualizada das fábricas da zona norte do país, onde, em Outubro, os preços do cimento dispararam significativamente. Segundo o porta-voz da INAE, Tomás Timba, a expectativa é que, em breve, as empresas comuniquem formalmente sobre os custos do material.
“Geralmente, as empresas comunicam a Direcção Nacional da Indústria da Direcção Nacional do Comércio Interno, com conhecimento da INAE, em relação à alteração dos preços destes produtos. Há vários factores que influenciam na alteração dos preços. Oportunamente, teremos a devida informação”, disse Tomás Timba.
Sobre as actividades inspectivas realizadas na última quinzena, a instituição disse ter constatado várias irregularidades. O destaque foi a não afixação de preços dos produtos nos estabelecimentos comerciais.
“O agente económico, que não cumpre com este requisito, está, naturalmente, a infringir a lei e até pode ser conotado como estando a tentar especular os preços”, disse a nossa fonte.
Ainda durante a fiscalização, a INAE suspendeu, temporariamente, 16 estabelecimentos comerciais, entre mercearias e talhos, por funcionar fora da hora e por apresentar más condições das infra-estruturas.
A instituição concluiu ainda que há centros comerciais que ainda não actualizaram a sua situação legal de funcionamento, desde que o fizeram em 2020. Essa desactualização envolve, também, contratos de trabalhadores, que ainda não foram renovados.
No total, foram fiscalizados cerca de 1909 estabelecimentos comerciais, durante as duas últimas semanas.