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IMD defende mais fiscalização do recenseamento eleitoral pela oposição

Foto: O País

O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) alerta que a falta de observação do recenseamento eleitoral por parte dos partidos da oposição moçambicana pode propiciar manobras de fraude, numa altura que aumentam queixas sobre avarias de máquinas nas zonas tidas como bastiões da oposição.

Dércio Alfazema, director de programas do IMD, entende que os partidos da oposição estão a dar pouca importância à fiscalização do recenseamento, abrindo espaço para irregularidades, apesar de ser um ano atípico no ambiente político nacional. “Os membros que deviam compor as brigadas de recenseamento provenientes dos partidos políticos não estão lá, então não terão legitimidade para depois reivindicar qualquer coisa que seja relacionada com o processo de recenseamento eleitoral” diz Alfazema.

Enquanto isso, prossegue Alfazema, “no lugar de estar a monitorar o processo e a fazer o levantamento das dificuldades, as irregularidades que estão a acontecer, os partidos estão a resolver as suas querelas internas”.

“Há necessidade de os partidos se organizarem para poderem monitorizar e fiscalizar o processo, a começar com o recenseamento”, acrescenta.

O também analista político moçambicano vaticina que “estas correm o risco de serem as eleições menos observadas por organizações da sociedade civil e plataformas especializadas”, igualmente por falta de recursos financeiros.

Em declarações à VOA, Leonor de Sousa, secretária-geral do MDM, anota que no recenseamento em curso a intenção da fraude está a intensificar-se, havendo eleitores que se registaram três ou quatro vezes e a persistência de se priorizar para inscrição as listas dos membros do partido no poder.

Ela considera “péssimo o processo do recenseamento eleitoral. Não sei onde vamos parar, porque, no lugar de mudar para o melhor com as nossas reclamações, estamos sempre a ir para o pior”.

“Há avarias constantes das máquinas, e nós deduzimos que estas não são avarias mesmo, são situações provocadas para poder inviabilizar o recenseamento, e principalmente quando sabem que esta zona é um bastião da oposição, então as máquinas não funcionam mesmo,” acrescenta.
Já José Manteigas, porta-voz da Renamo, avança que o partido está a fazer o levantamento das barreiras no recenseamento eleitoral, devendo pronunciar-se oportunamente.

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