A empresa Moçambique Telecomunicações (Tmcel) vai investir 23 milhões de dólares em equipamento de telecomunicações ao abrigo de um contrato assinado, terça-feira, em Pequim com o grupo chinês Huawei.
O valor a ser investido pela Tmcel, empresa criada em 2018 a partir da fusão das empresas públicas Telecomunicações de Moçambique (TDM) e Moçambique Celular (Mcel), será proveniente de recursos próprios da empresa, segundo escreve a Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Esse dinheiro vai ser o resultado da venda de activos “que não constituem o foco principal do negócio da Mcel” sendo que, nos termos do contrato, o projecto terá início o mais depressa possível.
O ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse dever-se iniciar ainda este ano um projecto de investimento, igualmente no sector das telecomunicações, com um valor estimado em 130 milhões de dólares.
Ainda citado pela AIM, Carlos Mesquita adiantou que este projecto, cuja comparticipação da China não divulgou, visa a instalação de uma rede de fibra óptica em Moçambique, ligando o norte e o sul do país, bem como os nós que estabelecem a ligação aos países vizinhos.
“O projecto está muito bem encaminhado, já foi aprovado pelo governo da China, indo agora decorrer os aspectos práticos para os desembolsos”, afirmou Mesquita, que integra a delegação presidencial ao II Fórum Internacional “Faixa e Rota”.
O enredo da fusão das duas empresas
Já quase sem expressão no mercado, o Governo decidiu, em 2016, fundir a Moçambique Celular e a Telecomunicações de Moçambique. Uma decisão que só se efectivou no final do ano passado. Com a decisão, o Executivo pretendia salvar as duas empresas estatais que estavam à beira da falência por falta de sustentabilidade e com elevadas dívidas.
A operacionalização da decisão implicaria a partilha de recursos financeiros, tecnológicos e humanos, da gestão empresarial e de instalações. Mas antes, teve de ser criada uma comissão executiva que deveria dirigir o processo de fusão.
Rafique Jusob foi confiado para dirigir o conselho de Administração das duas empresas e o processo de fusão das mesmas. Aliás, foi pelas mãos dele que se assinou o contrato com a Huawei.
O plano previa que a fusão terminasse em Dezembro de 2018 e já em Janeiro de 2019, a nova empresa já tinha sido criada e nos últimos tempos tem vindo a enfrentar as suas concorrentes que, a cada dia, mostram-se mais gigantes e, no meio a um processo de reestruturação tem de agir como se estivesse no seu melhor momento.