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Houve falta de comunicação e demora na disponibilização de dinheiro por parte da Total

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A Secretaria do Estado de Desporto (SED) considera que houve falta de comunicação entre o Fundo de Promoção Desportiva e a Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB) na gestão dos assuntos da selecção nacional sénior feminina de basquetebol, na “operação” Afrobasket 2023.

A SED, que diz que não tem conhecimento formal de tudo quanto aconteceu em Kigali, revela também que houve demora na disponibilização do valor por parte da multinacional francesa Total.

A demissão de Roque Sebastião do cargo de presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol tem merecido vários debates nalguns círculos de opinião. Os processos mal conduzidos relacionados à gestão da selecção nacional sénior feminina de basquetebol, que recentemente esteve no Afrobasket, prova na qual terminou em quinto lugar, terão precipitado a saída de Roque Sebastião da FMB.

A Secretaria do Estado do Desporto, através do seu director do Desporto de Alto Rendimento, Francisco da Conceição, já reagiu. A SED aponta a falta de comunicação entre o Fundo de Promoção Desportiva e a Federação Moçambicana de Basquetebol como factor que originou o “barulho” à volta da selecção nacional.

“É preciso que haja maior eficácia na comunicação entre as instituições. Esse elemento é bastante importante, porque evita possíveis barulhos e más interpretações”, diz Francisco da Conceição, que refere ainda que a SED não tem conhecimento formal de tudo quanto aconteceu em Kigali durante a permanência da selecção nacional sénior feminina de basquetebol.

DISPONIBILIZAÇÃO TARDIA DO DINHEIRO

Em relação ao patrocínio da Total à selecção nacional, a Secretaria do Estado do Desporto diz que o valor foi disponibilizado tarde aos cofres do Fundo de Promoção Desportiva, facto que criou muitos embaraços na gestão da preparação e participação das “Samurais” no Afrobasket.

“O último desembolso feito pela Total foi no dia 2 de Agosto. O primeiro foi em Março. Uma parte do valor desembolsado em Março serviu para cobrir as despesas da equipa feminina que esteve nos Jogos da AUSC, em Malawi. Face a isso, o Fundo de Promoção Desportiva teve de procurar soluções alternativas buscando parcerias para viabilizar a participação da selecção nacional no Afrobasket”, justifica o dirigente.

Francisco da Conceição desvaloriza a ideia defendida por Roque Sebastião, segundo a qual a Federação Moçambicana de Basquetebol não tem conhecimento das cláusulas do contrato entre a Total e o Fundo de Promoção Desportiva, tendo em conta que a FMB foi um dos actores válidos na assinatura do memorando.

Por seu turno, o antigo dirigente, Isidro Amade, considera que houve falta de transparência no processo de gestão do valor da Total por parte do Fundo de Promoção Desportiva, na medida em que, segundo justifica, a federação não foi colocada a par sobre a gestão do mesmo. Aliás, Isidro Amade não vê nenhum problema em o dinheiro ser gerido pelo Estado.

“Quem pega a mala de dinheiro é o Fundo de Promoção Desportiva. Quem interage com as jogadoras e faz os pagamentos é o Fundo de Promoção Desportiva. Isso cria um mal-estar no seio da federação. Não sei se o fundo fez isso por desconfiança, mas isso acabou resvalando no que estamos a acompanhar agora, que é a demissão do presidente da FMB”, considera Isidro Amade.

Para o antigo dirigente, é preciso encontrar caminhos para que situações do género não voltem a acontecer.

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