No ano passado, o Governo moçambicano concedeu um total de 19.818 talhões para habitação, mais 12.959 que em 2017, ou seja, quase o triplo. O acesso a habitação em Moçambique ainda é um grande martírio, principalmente, para a camada jovem, que curiosamente engrossa a lista dos desempregados no país (40% dos jovens não tem trabalho formal, segundo as Nações Unidas).
A realidade contrasta com os esforços do Governo, que em 2018, atribuiu mais talhões para inverter o cenário. Dados do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, a que “O País” teve acesso indicam que foram atribuídos um total de 19.818 talhões no ano passado, contra apenas 6.859 de 2017.
Contudo, o grande problema segundo as Nações Unidas prende-se com a limitação do acesso ao funcionamento para construir, para além de que as casas construídas pelo Executivo, através do Fundo para o Fomento de Habitação (FFH) apresentam custos insuportáveis para a realidade moçambicana.
Recorda-se, que em Novembro último, o antigo Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Fundo para o Fomento de Habitação, Zefanias Chitsungo, defendeu que a auto-construção é uma solução indispensável para a problemática da habitação que afecta a maior parte dos jovens do nosso país.
Chitsungo afirmou, também, que a promoção de habitação nas zonas rurais, produção de materiais de construção e desenvolvimento de tecnologias, fonte de recursos e financiamentos, desenvolvimento institucional, constituem algumas estratégias para minimizar a questão da habitação.
Outra saída, de acordo ainda com o ex-PCA do FFH, é apostar no investimento público, incentivar o sector privado, estimular o associativismo na habitação social, diversificar as fontes de financiamentos, estimular as iniciativas juvenis de construção e tecnologias baseadas em materiais locais.