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“Habemus” final: Ferroviário vs Costa do Sol

Ferroviário de Maputo e Costa do Sol protagonizam, próximo fim-de-semana, as finais do Torneio Nutrição de Basquetebol em seniores femininos e masculinos. É, nada mais, nada menos, que a confirmação do que se esperava.

O futuro pode não ser algo ao alcance de todos mas que Ferroviário de Maputo e Costa do Sol seriam os finalistas do Torneio Nutrição, não era preciso uma bola de cristal para se saber. A bipolarização do basquetebol feminino pelo Ferroviário de Maputo e Costa do Sol nas provas da capital do país (sobretudo, o Campeonato da Cidade) tem tantos anos como o número de anéis consecutivos conquistados pelas “locomotivas”: cinco.

Veja-se: desde 2015, um ano depois da extinção da temível e galáctica equipa da Liga Muçulmana e transferência (foi, na verdade, e passe o termo, divisão de atletas) de algumas atletas para o Ferroviário de Maputo e Costa do Sol que estas duas formações têm assumido o protagonismo na modalidade da bola ao cesto.

E aqui há uma diferença. As “locomotivas” levaram, com a excepção da derrota por 60-47 na final da Taça Maputo, em 2017, sempre a melhor nos duelos decisivos com as “canarinhas”. É verdade!

Reagiu sem qualquer azia o Costa do Sol a esta desvantagem nos confrontos com o Ferroviário de Maputo, no passado dia 24 de Junho corrente ano, em partida a contar para o Torneio Nutrição. Esteve mesmo a vencer por 15 pontos, mas não teve capacidade para, no final, evitar a derrota por 63-57, em desafio emotivo quanto impróprio para cardíacos decididos apenas no tempo extra.

Mas, a que propósito vem estes dados? Vem, pois, pelo facto de no próximo fim-de-semana Costa do Sol e Ferroviário de Maputo voltarem a disputar uma final, desta feita referente ao Torneio Nutrição.

É mais um esperado “tira-teimas” entre duas equipas com investimentos notáveis nos plantéis e ambições fortes de chegarem aos títulos.

E esta temporada, mais do que nunca, o Costa do Sol, e não há outro caminho, tem mesmo que se impor sob o risco do investimento realizado redundar em zero! Ou seja, os “canarinhos” estão cada vez mais pressionados a assumir, definitivamente, o protagonismo no panorama do basquetebol nacional com o grande investimento que fez na contratação de atletas de selecção nacional.

Ao apostar, ano passado, na contratação de Leonel “Mabê” Manhique como treinador em substituição de Deolinda Carmen Ngulela, “coach” a qual superiorizou-se na decisão do título e não só, o clube “canarinho” dava um claro sinal de querer chegar ao topo.

E esta ambição, claramente, ficou mais evidente ao contratar as atletas da craveira de Ingvild “Inga” Mucauro, MVP da última edição da Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol. Ingvild é uma das melhores atletas da actualidade no país e, porquê não dizê-lo, no continente. Foi bastante influente para que o Ferroviário de Maputo colocasse África a seus pés em 2018, em Maputo, e 2019, no Cairo, Egipto.

Dilma Covane, que jogou no Ferroviário de Maputo e passou pelo Seward County Community College e Patriots University, nos EUA, e Eleutéria “Formiga” Lhavanguane, atleta com enorme potencial e que campeou no Ferroviário de Maputo, são os outros “ases” do baralho de Mabê.

A expectativa é grande, grande também é a curiosidade em saber se o “canário” dá o voo há muito esperado. Não se afigura nem tão pouco fácil. Pois é: melhor equipa de África, o Ferroviário de Maputo é um conjunto com jogadoras de grande gabarito que não ficam a dever nada ao país.

E tem como treinador um senhor basquetebol: Nasir “Nelito” Salé, ele que tem a missão de conquistar o “tri” em África e, imagine-se, o heptacampeonato nacional para “engordar” a sala de troféus nas esquinas entre as avenidas Albert Lithuli e 25 de Setembro. Os números, que não são apenas números, revelam a grandeza de um clube que já não perde há três anos. Nas meias-finais do Torneio Nutrição, mesmo sem acelerar, o Ferroviário de Maputo derrotou a A Politécnica por 64-25, enquanto o Costa do Sol aplicou “chapa 100” ao Maxaquene: 127-25.

 

MAIS DO MESMO EM MASCULINOS

Quando pressionados, respondem com alma de campeão. É isso mesmo! Com 1:20 segundos por se jogar, o Ferroviário de Maputo, pasme-se, perdia por seis pontos com o Maxaquene. Num jogo, lembre-se, em que até controlou e esteve a vencer por 17 pontos.

O conjunto de Milagre “Mila” Macome foi, na “catedral” do basquetebol moçambicano, forçado a recorrer aos tiros exteriores na última etapa do quarto quarto para vencer por apertados 83-79.

Esperada, igualmente, foi a passagem à final do Costa do Sol. Os “canarinhos” derrotaram, nas “meias-finais”, a revigorada equipa d’ A Politécnica (formada por juniores depois da razia sofrida nos últimos anos) por 90-79.

Em perspectiva, na final, um bom jogo no qual teremos duas equipas que protagonizaram a final da Liga Moçambicana de Basquetebol, em 2019.

Enorme, o Ferroviário de Maputo venceu por 3-0 no “play-off” da final a melhor de cinco jogos. Fez, digamos, o trabalho de casa o Costa do Sol que foi contratar alguns jogadores de nomeada para ter mais opções de ombrear com os seus adversários de grande quilate, sobretudo, o Ferroviário de Maputo que “papou” tudo nos últimos anos.

Os “locomotivas” têm a possibilidade de mostrar que a derrota, na fase regular do Torneio Nutrição, não passou de um acidente de percurso. O Costa Sol, esse, vai claramente com tudo para mostrar que tem uma palavra a dizer esta temporada no que aos títulos diz respeito.

FERROVIÁRIO DE MAPUTO, COSTA DO SOL, TORNEIO NUTRIÇÃO DE BASQUETEBOL

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