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Há registo de 11 casos de poliomielite no país

Foto:O país

Moçambique já registou 11 casos de Poliomielite desde o ressurgimento da doença em Maio deste ano, e o Ministério da Saúde assume ter dificuldades para combater a doença. As dificuldades vão desde a colheita de amostras à falta de laboratórios com capacidade de fazer o diagnóstico da doença.

A Poliomielite é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus que afecta principalmente às crianças com idade inferior a cinco anos.

O vírus que causa a poliomielite invade o sistema nervoso e pode causar paralisia irreversível em poucas horas. Não tem cura, mas a infecção pode ser prevenida pela vacinação. O país já tinha sido declarado livre da pólio em 2016, pela Organização Mundial da Saúde.

Seis anos depois, Moçambique detectou, em Maio passado, o primeiro caso de poliomielite. Em dois meses, mais 10 casos foram confirmados, totalizando 11, sendo a maioria na província de Nampula.

“Temos cerca de onze casos confirmados, desde que iniciou esta resposta a emergência da Pólio no país. Começamos com um caso em Nampula, outro em cabo delgado, em Chiúre, depois tivemos mais um em Tete, outro em Manica, três casos novamente em Nampula e mais recente, tivemos mais três casos em Tete”, explicou o chefe do Departamento de Vigilância e Saúde no Ministério da Saúde, Domingos Guihole.

O chefe do Departamento de Vigilância e Saúde fala ainda de um aumento de casos suspeitos no país. Entretanto, o Ministério da Saúde está a ter dificuldades para rastreiar e tratar a doença.

“O país percebeu que há lacunas, por exemplo, na colheita de amostras, na periodicidade de envio dessas amostras. Nós temos um país vasto, temos técnicos especializados, mas limitados pois não conseguem atender a dimanada em todo o país, e com toda a franqueza podemos afirmar que temos limites, não conseguimos alcançar todas as crianças deste país”, justificou o responsável pela vigilância e Saúde.

As dificuldades são agravadas pelo facto do país não ter laboratórios com capacidade para fazer diagnóstico.

“Nós, da vigilância suspeitamos, colhemos amostras e enviamos para a africa do sul, que faz a confirmação, porque Moçambique não tem a capacidade laboratorial para fazer a confirmação desses casos [da poliomielite]”, detalhou Guihole.

Na passada sexta-feira, o Ministério da Saúde em parceria com o Centro Africano para Controlo de Doenças, formou técnicos sobre controlo de qualidade da água que serão responsáveis por formar outros profissionais nas províncias de origem. Tal visa essencialmente “ estamos reunidos com sete províncias, nomeadamente tete, cabo delgado, Nampula, Zambézia, Sofala, Maputo província e Maputo Cidade com vista a fortalecer a vigilância ambiental, ligadas as paralisias, ou seja, a poliomielite”, Explicou.

O vírus da pólio infecta apenas os seres humanos e a sua transmissão é frequentemente pela via fecal- oral, através da eliminação de fezes contaminadas que entrando em contacto directo com pessoas não vacinadas pode propagar-se rapidamente.

Moçambique já realizou três rondas de campanha de vacinação contra a poliomielite, sendo que neste momento caminha para a quarta ronda que se prevê que será mais abrangente. Ate ao momento já foram vacinadas cerca de 7,8 milhões crianças menores de cinco anos de idade, em campanhas realizadas em todos os hospitais a nível do país e ainda em campanhas porta-a-porta.

A fonte do MISAU relata falta de informação e negligência dos pais aliado a mitos e crenças religiosas são alguns factores que atrasam e comprometem a eficiência da vacinação contra a doença.

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