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Há paracetamol impróprio a circular nas farmácias do país

O alerta sobre a existência de paracetamol impróprio para o consumo foi lançado pelo respectivo distribuidor. Os efeitos são desconhecidos e o fármaco está já a ser recolhido das farmácias.

O paracetamol impróprio para o consumo foi distribuído em algumas das principais cidades do país, isto é, Maputo, Beira e Nacala.

A Afri Farmácias, empresa que importa e distribui medicamentos e material médico no país, lançou o alerta, por via de um documento, sobre a existência de paracetamol de 500 miligramas, que foi distribuído em todas as regiões do país, entretanto, com alterações.

“No âmbito do processo de farmacovigilância, foi identificado que três lotes de paracetamol comprimidos 500 mg, fornecidos por esta empresa, do fabricante Bharat Parenterals Limited-Índia, com os seguintes lotes: B1T0049A1, B1T0069A1, B1T0027A1, este medicamento apresenta alterações organoléticas”, refere o documento, no qual a firma solicita apoio da Central de Medicamentos e Artigos Médicos na recolha urgente do fármaco.

Que o paracetamol problemático existe mesmo veio confirmar o vice-ministro da Saúde, afirmando que os efeitos são desconhecidos.

“A Autoridade Nacional Reguladora de Medicamentos (ANARME) é a instituição do Ministério da Saúde que faz esta supervisão da qualidade dos medicamentos que circulam no país e, no decurso das suas acções, identificou este paracetamol que não corresponde aos níveis de qualidade desejados para circular no nosso país”, disse Ilesh Jani, detalhando que, após a identificação dos lotes, a empresa que colocou os fármacos a circularem deve, em coordenação com ANARME, fazer a retirada de circulação deste medicamento. Explica, também, que os efeitos do paracetamol em causa são desconhecidos.

Ilesh Jani admite que ainda que seja verificada a qualidade dos medicamentos à entrada no país, o processo não é infalível.

“Há processos de controlo da qualidade a vários níveis. Há processo de controlo de qualidade na produção do próprio medicamento, no processo de importação do medicamento, mas nenhum desses processos é infalível. É por isso que existem também mecanismos de controlo de qualidade após o medicamento estar em circulação”.

O vice-ministro da Saúde falava à saída da cerimónia de lançamento do novo Sistema de Informação de Medicamentos e Artigos Médicos, nSIMAM, que visa melhorar a gestão de informação sobre fármacos, permitindo maior clareza na distribuição de medicamentos.

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