O País – A verdade como notícia

“Guerreiros da praia” partem amanhã para Vilankulo

Fotos: O País

Seleccionador nacional quer aproveitar os sete dias em Vilankulo para adaptação às temperaturas altas, mas também para se aproximar dos adeptos locais para sentir o seu calor e transmitir confiança. Serão sete dias em Vilankulo, onde serão aprimorados os aspectos físicos e técnicos-tácticos, com destaque para o ataque, tendo em conta a pretensão de vencer todos os jogos até à final. A selecção de futebol de praia parti nas primeiras horas de amanhã rumo a Terra da Boa gente.

É a contagem decrescente rumo ao Campeonato Africano das Nações de Futebol de Praia, prova que terá lugar em Vilankulo, de 21 a 28 deste mês. Ou seja, faltam sete dias para o arranque da prova e a preparação do combinado nacional começa a ser mais centrada.

Esta quinta-feira, os “guerreiros da praia” deixaram Maputo com destino ao local da competição, numa clara demonstração de querer iniciar o quanto antes a prova e a ambição que se tem em fazer parte da festa, que se espera seja do início até ao final da prova.

Na terra da boa gente, o principal objectivo da ida mais cedo é “continuar a fazer o trabalho técnico-táctico”, tendo em conta que a selecção esteve, durante este tempo, depois do regresso do torneio Cosafa a fazer “mais trabalhos defensivos e remates nas paradas, porque “notamos que temos grande problema neste aspecto de finalização”, segundo disse Abineiro Ussaca, seleccionador nacional.

Em termos de plano de trabalho em Vilankulo, Ussaca esclarece que esta quinta-feira será dia de descanso depois da longa viagem terrestre, mas a partir de sexta-feira “vamos iniciar com os trabalhos de preparação que iniciam com a manutenção física, assim como aspectos técnicos que são a prioridade que estamos a trabalhar neste momento, principalmente os aspectos defensivos e no último capítulo, da finalização”, disse Ussaca.

A concentração destes aspectos nesta fase prende-se com as fragilidades demostradas pela selecção nacional durante o torneio Cosafa, onde os avançados moçambicanos não chegaram a marcar golos, tendo sido os médios e defesas os marcadores.

Assim, segundo Abineiro Ussaca, “não queremos que se repita porque se tivemos médios e defesas a marcarem muitos golos e tivéssemos tido também avançados a marcar, acredito que teria sido uma outra história em termos daquilo que foi a produção”.

Mas mesmo para fortalecer os sectores que estiveram em crise no Cosafa, a equipa técnica decidiu reforçar o combinado nacional, tendo por isso chamado jogadores já conhecidos, casos de Gabi, que joga foi o melhor marcador do “provincial” de Gaza, o Elton, jogador da Liga Desportiva de Maputo e que esteve no Cosafa do ano passado, e de Bachir, jogador com capacidade física forte e que esteve num torneio da polícia na Beira, que regressa à selecção.

Estas chamadas, de acordo com o seleccionador nacional, visam “limar um e o outro problema que achamos que foi o motivo do fraco desempenho de fracasso que tivemos  em Durban”.

Outro motivo importante que leva a selecção a viajar mais cedo para Vilankulo, segundo Abineiro Ussaca, é que “queremos estar dentro daquilo que são as temperaturas de lá. Sabemos que Vilankulo é uma das cidades mais quentes da zona sul e a questão das temperaturas conta bastante na produção para o desenvolvimento do desporto”, argumentou.

Ou seja, “estamos a pensar que nesses sete dias podemos nos adaptar às temperaturas altíssimas que vamos encontrar lá”.

Mas há mais: “é muito importante que a gente comece a partir de já a ter uma comunicação directa com todas as comunidades de Inhambane que se farão lá presente. Acreditamos que teremos muito apoio de adeptos daquela província e precisamos de ter o contacto com eles mais cedo para que possamos habituar daquilo que são das próprias culturas e o seu dia-a-dia e que eles possam sentir o mesmo calor que a gente quer sentir do lado deles, o mais cedo possível”, esclareceu o seleccionador nacional.

 

JOGOS AMIGÁVEIS SERIAM IMPORTANTES PARA O GRUPO

Outro aspecto levantado pelo seleccionador nacional é a questão dos jogos amigáveis antes do início da competição, como forma de limar as últimas arestas e conhecer melhor os cantos da casa.

“Até então tínhamos uma colocação já pedida e a direcção da FMF estava a trabalhar nesse sentido. Não sabemos o que vai acontecer até lá, mas a vontade, tanto nossa assim como da parte administrativa, é que pelo menos tivéssemos um ou dois jogos antes da prova. Mas não depende somente das vontades, depende também de toda a questão organizativa e logística que tem que ver com as próprias selecções que vão ser convidadas. Se responderem positivamente acredito que vamos fazer, mas se isso não acontecer vamos continuar a trabalhar entre nós e faremos o melhor para que possamos manter pelo menos o mesmo nível de exibição que temos estado a ter”, disse Abineiro Ussaca.

 

CONHECER OS ADVERSÁRIOS É UMA VANTAGEM PARA OS “GUERREIROS DA PRAIA”

Relativamente a questão competitiva em si, Moçambique está sediada no grupo A, juntamente com as congéneres do Malawi e Marrocos, depois da desistência da Nigéria, que coloca o grupo desfalcado.

Uma situação que deixa preocupado o seleccionador nacional, que considera que “em termos competitivos e do próprio campeonato vai perder alguma qualidade porque é menos um jogo, menos uma equipa”, ou seja, “já não terá o mesmo valor e significado que teria se cada série tivesse a composição de 4 selecções onde batiam-se todos de igual para igual até se apurar o campeão”, disse Ussaca.

Malawi será primeira adversário no primeiro dia de competições, uma selecção que declinou a participação no torneio Cosafa para se preparar em outro continente para esta competição africana, e o Marrocos será o segundo adversário, a 23 de Outubro.

Se com Malawi não há registo de jogos nos últimos anos, com o Marrocos já houve três jogos este ano, nos amigáveis realizados em Maputo, onde Moçambique venceu dois jogos e perdeu um. Ussaca diz conhecer os seus adversários da primeira fase e diz estar já preocupado com os possíveis adversários da segunda fase.

“Temos uma ideia real e sabemos concretamente o que é Uganda. Já o conhecíamos mas fomos ver umas coisas que foram melhorando do lado deles, por exemplo que eles não jogam muito no corredor central mas sim usam mais as aulas e usam mais o poderio físico e a partir de já estamos a trabalhar neste aspecto para tentar levar vantagem. O Senegal deixou de ser um bicho-de-sete-cabeças para nós. Notou-se que quando a gente imprimiu velocidade e jogamos de igual para igual, eles acabaram cedendo, razão pela qual o resultado foi mínimo no Cosafa. Já no passado perdemos com uma diferença de três golos e agora foi uma diferença de um gordo e isso significa que é uma grande melhoria do nosso lado, assim como do lado deles começam a perceber que afinal de contas nós podemos fazer alguma coisa de melhor”, finalizou Abineiro Ussaca.

Recorde-se que o grupo B é composto por Senegal, Uganda, Madagáscar e Egipto. Os dois primeiros classificados de cada grupo apuram-se às meias-finais e os vencedores qualificam-se ao Campeonato do Mundo e disputam o troféu continental.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos