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Greve paralisa mais uma mineradora de grafite em Cabo Delgado

Mais uma mineradora de grafite em Cabo Delgado paralisou as actividades devido a uma greve dos trabalhadores que reivindicam aumento de salários e melhoria das condições de trabalho.

Depois de Balma, desta vez foi o distrito de Ancuabe, onde, desde do dia 12 de Setembro corrente, mais de cem trabalhadores fecharam as portas por tempo indeterminado para obrigar ao patronato a resolver os problemas que levaram à greve.

“Estamos em greve porque produzimos muito, mas recebemos muito pouco e trabalhamos sem meios de protecção necessários para quem trabalha num lugar onde há sempre poeira”, justificou um dos trabalhadores em greve que não quis gravar entrevista, muito menos deixar a sua identificação por temer represálias.

Uma semana depois do início da greve, ainda não houve encontro entre os trabalhadores e o patronato, apesar da intervenção do Centro de Mediação e Arbitragem Laboral (CEMAL).

“Estamos no terreno desde que tomamos conhecimento da greve para tentar criar um ambiente de diálogo mas até agora ainda não foi possível juntar as partes”, confirmou Elias Julai, director do Centro de Mediação e Arbitragem Laboral de Cabo Delgado.

Além de Ancuabe, a Direcção da Justiça e Trabalho e o CEMAL estão envolvidos na busca de uma solução para uma outra greve no distrito de Balama, onde outros cerca de trezentos trabalhadores paralisaram a exploração de grafite.

“Em Balama, a greve foi suspensa temporariamente porque chegamos a um acordo para a retoma das actividades enquanto decorrem negociações entre as partes que devem analisar todos os pontos que levaram à paralisação das actividades na mineradora antes de tomada de qualquer decisão. Assim, continuamos com o diálogo para ver como se pode ultrapassar o problema”, explicou Elias Julai.

As duas empresas afectadas pela greve continuam em silêncio apesar do pedido feito pelo O País para o esclarecimento da situação.

Salários baixos, falta de assistência médica e progressões nas carreiras e discriminação dos trabalhadores nacionais são entre outras causas que levaram aos trabalhadores a paralisar temporariamente a exploração de grafite na província de Cabo Delgado.

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