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Fly Modern Ark vai continuar na gestão: “estamos aqui para mudar a LAM”

Foto: Diário Económico

O gestor da sul-africana Fly Modern Ark é, desde ontem, o novo director-geral interino das Linhas Aéreas de Moçambique e tem, até agora, dois meses à frente da companhia. Theunis Christian De Klerk avançou ao O País Económico que está aqui “para mudar a LAM”.

Chama-se Theunis Christian De Klerk Crous (nome completo), o novo homem forte à frente das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). Seu mandato como director-geral interino iniciou-se ontem (29 de Março) e vai estender-se até 30 de Abril, altura a partir da qual o Executivo deverá tomar uma decisão sobre o futuro gestor da companhia.

Theunis Crous é o Executivo da Fly Modern Ark (FMA), consultora contratada pelo Governo para ajudar a salvar a LAM e que está envolvida na gestão da chamada companhia de bandeira há cerca de oito meses. Vai substituir João Carlos Pó Jorge, que estava na gestão máxima da LAM desde 2018, e que cessa funções no contexto da implementação de medidas de reestruturação, de acordo com uma nova de imprensa emitida pela empresa.

Numa breve entrevista ao O País Económico, Theunis Crous, reiterou que a sua missão é tornar a LAM numa empresa diferente da actual. “Estamos aqui para mudar a LAM, e é isso que temos feito nos últimos meses. Estamos para construir uma LAM melhor e mais forte”, afirmou, salientando que pretende “trabalhar em colectivo “com todo o pessoal da LAM e entregar (ao Governo) uma LAM de que o país se possa orgulhar. Esse é o objectivo”.

 

QUE RESULTADOS ESPERAR EM DOIS MESES?

A Fly Modern Ark, de que o novo director-geral interino da LAM é dono, assinou contrato com o Governo de Moçambique em Abril do ano passado e está a dois meses do fim do seu mandato. São esses dois meses que Theunis Crous tem para apresentar resultados. Sobre isso, pediu que não fosse questionado, porque “temos um programa que foi sendo implementado ao longo dos últimos oito meses. Não me pergunte sobre Abril, porque não estou a olhar para datas. O meu objectivo não é Abril. O meu objectivo é agora, no trabalho de hoje. Abril está longe, ainda é um longo caminho a percorrer”, considerou o, agora, número 1 das Linhas Aéreas de Moçambique, questionando a razão pela qual as pessoas lhe têm perguntado se conseguirá ou não apresentar uma companhia aérea diferente até o fim do contrato da sua empresa com o Governo. “Eles perguntam-me o que ‘você pode fazer ou mudar?’ Mas nós estamos a fazer isso, não sei porque é que as pessoas estão a criar um grande problema sobre isso”.

 

GOVERNO NÃO CLARIFICA SOBRE RENOVAÇÃO DE CONTRATO COM A FMA

O Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, foi confrontado ontem por jornalistas sobre o futuro da relação contratual entre a Fly Modern Ark e as Linhas Aéreas de Moçambique. Magala reafirmou que o objectivo de  estabilizar a empresa continua e se a FMA estiver a fazer bem o seu trabalho não há razões para não continuar a intervencionar a companhia aérea.

“O que nós fizemos no início foi trazer pessoas que podiam nos ajudar como consultores, como conselheiros das decisões prudentes que devem ser tomadas na gestão, operação das Linhas Aéreas de Moçambique. Essa é a Fly Modern Ark”, disse o governante, referindo sobre a continuidade, o seguinte: “a não ser que me dêem razões para não continuarem, enquanto não me derem razões para eles não continuarem, eles continuam. Esperamos um a três anos para a estabilização da LAM. Se for antes, melhor”.

Para Magala, a mudança do gestor da companhia aérea nacional é o caminho necessário para imprimir um novo dinamismo.  “É um processo normal. Às vezes, é preciso ajustar a máquina. Por vezes, você pode estar a ir a velocidade acima do recomendado para ajustar-se de modo  a que o sistema funcione”, considerou, acrescentando que “é melhor darmos outra missão e pormos as pessoas que vão trabalhar como um sistema e gerir bem naqueles parâmetros que nós queremos”.

Mateus Magala pede paciência e apoio dos moçambicanos no processo de estabilização da LAM e assegura que, nos próximos três anos, a empresa poderá dar orgulho aos moçambicanos.

Por enquanto, segundo o Relatório dos Riscos Fiscais do Ministério da Economia e Finanças de 2023, a LAM faz parte das empresas do Sector Empresarial do Estado (SEE) com elevado risco fiscal.

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