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Governo revê este ano parte do imposto sobre produção mineira destinada às comunidades

Foto: Canal de Moçambique

O Executivo moçambicano pondera aumentar a percentagem de 2,75% do imposto sobre a produção mineira destinada às comunidades das áreas onde são desenvolvidos os projectos. A proposta de regulamento sobre a matéria será analisada, ainda este ano, pelo Conselho de Ministros.

Segundo a lei de minas, parte das receitas do Estado, arrecadadas pela exploração mineira e petrolífera, deve ser canalizada às comunidades das zonas em que os projectos são implementados. Todavia, ainda não existe um regulamento que determine a percentagem, e cabe ao Governo defini-la, através do Orçamento do Estado. Actualmente, a taxa usada é de 2,75%, mas poderá aumentar ainda este ano.

“Decorrem, neste momento, discussões de revisão da taxa, a vários níveis, e acredito que, em algum momento, poderá haver um incremento ou uma verificação em relação às diferentes áreas e como isso será aplicado”, referiu o inspector-geral do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Obete Matine.

Segundo o também porta-voz do Conselho Coordenador do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, nas auscultações que estão a ser feitas, pretende-se, ainda, perceber se apenas as comunidades mais próximas dos projectos poderão beneficiar-se dos fundos, ou se deve alargar-se a população beneficiária.

“É necessário criar um desenvolvimento nacional; é preciso considerar essa taxa específica, não somente para aquele ponto, mas [deve-se] tomar em consideração o desenvolvimento nacional. Portanto, a questão da taxa não pode ser vista de uma maneira muito linear, tem que ser vista na sua complexidade, na sua aplicação e em relação aos seus benefícios para as comunidades – qual é o fim último? Não se pode, no entanto, beneficiar uma comunidade empobrecendo outra”, explicou o porta-voz do Conselho Coordenador.

De referir que a percentagem de imposto sobre a produção mineira e petrolífera destinada às comunidades tem, muitas vezes, criado polêmica, por falta de clareza sobre o modelo de gestão dos fundos.

O Conselho Coordenador do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, que teve início ontem, termina esta sexta-feira.

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