O Governo diz que as carrinhas de caixa aberta, vulgos "my loves" vão continuar a ser a solução para o transporte de passageiros por mais algum tempo, apesar das questões de insegurança que, não raras vezes expõe aos utentes.
A informação foi apresentada nesta quarta-feira no parlamento, pelo Ministros dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, respondendo no parlamento a uma questão colocada pela bancada da Frelimo, sobre as perspectivas da melhoria do transporte público no país.
"Os veículos de caixa aberta poderão continuar, a curto prazo, a servir de alimentadores dos principais corredores de transporte, através da concessão de rotas" disse Mesquita.
Segundo o ministro, um dos constrangimentos que força a legitimação dos "my loves" é a precariedade de algumas infraestruturas rodoviárias, nos bairros de expansão da zona metropolitana de Maputo, por exemplo, o que faz com que os "autocarros que o Governo tem vindo a alocar ao sector privado, não tenham a capacidade de ir até aos locais mais próximos ao cidadão".
"A legitimação dos mesmos irá permitir a responsabilização dos automobilistas em caso de contravenção" explicou.
"Apesar das políticas do Governo, de alocação de autocarros ao sector privado, julgamos que seja necessário a regulamentação de veículos de caixa aberta (my loves) devendo esses reunir requisitos referentes a comodidade e segurança" disse.
Ainda assim, Mesquita disse que o executivo não está alheio às preocupações sobre a insegurança deste tipo de transporte e anuncia para breve, um novo modelo que virá trazer comodidade aos utentes. "Tomando em consideração que neste processo de deslocação transporta consigo bens, a AMT (Agência Metropolitana de Transporte de Maputo) tem em vista a construção de um veículo misto para vias de difícil acesso, com uma carroçaria toda ela desenhada e construída em Moçambique a fim de atender às necessidades das populações" revelou Mesquita.
O primeiro veículo do novo modelo de transporte público será, segundo Mesquita, testado no mês de Julho. A construção está a cargo do Grupo João Ferreira dos Santos e terá uma capacidade de transportar 21 passageiros e carga estimada em 750 Kg. Os distritos municipais de Ka Nyaca, a Reserva Especial de Maputo, a Península de Machangulo e "vários distritos da cidade e província de Maputo, serão as zonas a serem servidas.