O número de refugiados, que saíram dos distritos de Morrumbala, na Zambézia, e Mutarara, na província de Tete, pode atingir 12 mil pessoas. No entanto, do lado do Governo da província da Zambézia, não se sabe quantas pessoas efectivamente saíram para aquele país no mês de Janeiro, depois da depressão tropical ter assolado e feito estragos no país.
O Governo da Zambézia ainda não sabe quantas pessoas partiram da província para o Malawi à busca de refúgio, na sequência dos impactos negativos da depressão tropical ANA que, no mês de Janeiro, assolou o país. A secretária de Estado da província, Judite Mussácula, e o governador da Zambézia, Pio Matos, já reagiram ao drama humanitário.
A secretária de Estado diz que o cônsul de Moçambique no Malawi está a par da situação por que estão a passar os moçambicanos e que uma equipa do INGD vai deslocar-se àquele país na companhia de outros quadros de nível central.
“O delegado do INGD vai juntar-se à directora regional centro do INGD e aos quadros do nível central e todos vão deslocar-se para aquele país amanhã para apurar a situação. Temos estado a interagir com o cônsul que tem estado a acompanhar a situação dos moçambicanos”, disse Judite Mussácula, quando dirigia a terceira Sessão Ordinária do Conselho de Representação de Estado na província.
A governante não deu detalhes de números de moçambicanos que atravessaram o rio Chire para buscar refúgio no Malawi, aliás a nossa reportagem sabe que o Governo da província não sabe quantos moçambicanos saíram da Zambézia, para o país vizinho por conta das intempéries. Quando o nosso jornal “O País” esteve no Malawi, a comunidade moçambicana fez saber que, volvidos 45 dias de refúgio no Malawi, nenhuma parte moçambicana sequer interagiu com os nossos compatriotas para prestar solidariedade e conforto, muito menos apoio alimentar.
Através dos canais do Grupo SOICO, as famílias começaram a fazer gritos de socorro, como forma de apelar ao Governo central para canalizar apoio. A população pediu até a intervenção do Chefe do Estado, Filipe Nyusi, no sentido de escalar Malawi para avaliar o drama humanitário e poder aferir a urgência no sentido de se canalizar ajuda.
O governador da província da Zambézia defende solidariedade entre os moçambicanos, para suprir as necessidades dos refugiados. “O Governo por si só pode não conseguir suprir todas as necessidades. Por isso, acreditamos que a solidariedade entre nós, os moçambicanos, pode ser necessária para apoiar os nossos irmãos, até porque o nosso povo é solidário em vários momentos. Sabemos que há um movimento liderado pelo INGD no sentido de se escalar aquele país para apoiar as famílias”, disse Pio Matos.