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Governo aposta na agricultura digital

Produzir alimentos empregando tecnologias de monitoramento, tal como aplicativos, deixou de ser sonho para produtores no país. Com a solução, já é possível solucionar os problemas dos agricultores de forma célere e localizada. Trata-se de uma plataforma desenvolvida pelo Governo para responder aos desafios do sector, e os avanços foram divulgados na Feira Internacional de Maputo (FACIM).

O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural está a alcançar bons resultados quanto à monitoria da produção agrícola no país, graças ao uso de novas tecnologias na agricultura, que permitem mapear e intervir nos problemas identificados na cadeia de valor.

“Se antes o processo de selecção era carregar os ficheiros de um distrito para o nível provincial, hoje em dia ­é tudo digitalizado. Isto melhora, primeiro, o tempo que temos que levar para fazer a avaliação. Significa que, ao fazermos o mapeamento das machambas, por exemplo, o agricultor diz que produziu 10 toneladas e, nós, com a informação do aplicativo, conseguimos julgar melhor o dado. No passado, a pessoa dizia: ‘produzi 50 toneladas”, e não tínhamos como fazer essa análise”, explicou Credencio Maunze, em representação ao MADER.

Em paralelo à plataforma do Governo, há várias iniciativas do sector privado, que permitem a colecta de dados, como também o estudo das características dos solos.

“Nós temos uma solução que funciona com uma mistura de hardware e software; usamos uma marca auricular que colocamos na orelha do animal, um leitor AFID que lê o código QR que está na marca do auricular, e um aplicativo que pode ser instalado no Smartphone, pode ser android ou IOS, esta mistura faz com que os veterinários e os técnicos do Ministério da Agricultura, possam trabalhar com agricultores e criadores para monitorar o crescimento do animal desde o nascimento ate a morte”, explicou o veterinário Danilo De Sousa, em representação a marca E-livestock.

Na produção pecuária, por exemplo, o emprego de microchips é uma das mais modernas formas de colectar e monitorar o desenvolvimento das espécies especiais.

Entretanto, são apontadas queixas quanto à adopção pelo Governo das várias soluções tecnológicas apresentadas pelo sector privado.

Segundo o Ministério da Agricultura, neste momento, estão a ser monitorados mais de 300 produtores a nível nacional, através da plataforma governamental.

 

PREÇOS E BAIXA QUALIDADE DESAFIAM PRODUTORES

 

O pavilhão do MADER na FACIM também juntou actores da cadeia de valor agrária para afinar a estratégia de acesso ao mercado de insumos agrícolas. Entre os desafios estão o difícil acesso a sementes de qualidade e fertilizantes, uma vez que a maior parte dos insumos são importados.

Os actores defendem a necessidade de o Governo monitorar a implementação da isenção de taxas e importação em regime de escala, para que o preço de comercialização reduza nos mercados.

Segundo os actores, o difícil acesso é também impulsionado pela má coordenação entre o Governo, sector privado e produtores.

Baixar o preço de aquisição dos insumos agrários é, segundo os agricultores, das mais urgentes medidas a ser tomada, considerando esta camada a mais vulnerável da cadeia de produção.

A reflexão inserida na 58 edição da Feira Internacional de Maputo teve lugar esta terça-feira, na Província de Maputo.

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