O Ministro da Defesa, Cristóvão Chume, diz que o Governo ainda não recebeu o relatório da Total sobre a segurança em Cabo Delgado, mas entende que, do que viu na imprensa, os consultores aconselharam a Total a não tomar parte do conflito e que sempre caberá ao Estado proteger qualquer parte do território nacional.
Intervindo esta segunda-feira, na Cidade de Pemba, Cristóvão Chume esclareceu que a Total ainda não partilhou com o Governo o relatório sobre a segurança em Cabo Delgado. “Como sabem, a Total contratou um consultor. O consultor produziu um relatório ao seu patrão, que é a Total, sobre o qual achamos que a Total está a fazer alguma análise. Eventualmente, irá partilhar com o Governo de Moçambique”, disse Chume.
Na Cidade de Pemba, o Ministro da Defesa Nacional disse que, entretanto, interpretando a informação que o Governo tem acesso, através da imprensa, de outras fontes e do contacto directo com alguns gestores seniores da Total, a interpretação dada pelos medias não é aquela que é real, sobre o relatório fornecido à Total.
Cristóvão Chume avançou que o que está a dizer o relatório é que a relação formal de apoio directo às Forças de Defesa e Segurança, no âmbito do princípio de governação dessas empresas que são multinacionais, não é aceitável, porque pode ser interpretado como se a empresa estivesse a fazer parte do conflito por tomar partido de um dos lados, ou seja, a Total está inibida de poder apoiar as Forças Armadas com alguma questão logística.
Segundo Chume, nunca a Total, nunca o Ruanda e nenhum outro país pediu ao Governo de Moçambique para deixar de cumprir a sua missão de proteger as populações do Distrito de Mocímboa da Praia, Palma ou Afunge, para que sejam outras forças a realizar essa missão. Até porque “A missão é soberana, é do Governo de Moçambique, é das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, primariamente, e sempre que for requerido, com o apoio de quem nós quisermos. E as empresas que estão aqui em Moçambique respeitam a soberania e os princípios da condução da segurança que está a ser feita em todos os locais da República de Moçambique”.
Chume disse ainda que o Governo nunca sentiu pressão de alguma companhia em relação à necessidade na alteração do actual procedimento de segurança. “Nós é que decidimos como, onde, com quem fazer a segurança da República de Moçambique”, concluiu.