Em Gaza, cerca de três mil reservas turísticas foram canceladas, no contexto das manifestações pós-eleitorais. Por isso, operadores turísticos, em Xai-Xai, temem fechar as portas. Mais de 100 trabalhadores podem perder o emprego.
Quando faltam , apenas, duas semanas para a quadra festiva, operadores turísticos, em Gaza, registam uma onda de cancelamentos de reservas, associados ao medo das manifestações em curso no país. O cenário de prejuízos ganha corpo e formato e quem vive o drama confirma.
“Infelizmente, com a onda de manifestações que, em algum momento, se tornaram violentas, e com aquelas ameaças que pairavam, no sentido das pessoas não poderem sair de casa, o sector do turismo foi, naturalmente, afectado. Houve muitos cancelamentos e vários pedidos de informação sobre as reservas”, explicou um operador turístico.
Construída há cerca de 38 anos, a Halley é uma das mais antigas e emblemáticas instâncias turísticas da capital de Gaza, Xai-Xai. Por aqui, reúnem-se incertezas, após o cancelamento das reservas turísticas.
“O turismo já enfrentava desafios devido à pandemia e à sazonalidade, e, agora, com as manifestações, a situação piorou, são mais 16 reservas canceladas e muita incerteza”, afirma Rosália Souza, gerente de instância turística.
Em apuros está também a Go Wild, uma das unidades turísticas de referência localizadas numa das zonas mais nobres de Xai-Xai. Aqui são mais de 80 reservas canceladas.”
“Os visitantes, especialmente estrangeiros, evitam regiões próximas a Maputo, por medo de se verem em meio a conflitos. Isso os levou a cancelarem as reservas”.
Popular entre turistas nacionais e internacionais, o Reef Resort está a experimentar uma queda histórica de reservas, o gestor diz que os turistas receiam deslocar-se para áreas próximas à capital.
“Até Junho, já tínhamos a situação das reservas concluídas e tudo apontava para uma quadra festiva lucrativa, mas, desde Outubro, que vivemos um fenómeno de cancelamento de reservas e outros prejuízos decorrentes dos protestos violentos”.
Operadores turísticos em Xai-Xai dizem-se sufocados e sem condições para manter os postos de trabalho.
“O sector está em apuros na província. Nós temos uma grande parte de hotéis que poderá fechar, porque os custos fixos são elevados e não há produção. parte dos nossos trabalhadores podem ser afastados devido a falta de dinheiro para o pagamento de salários”, concluiu.
Refira-se que Gaza tem cerca 300 empreendimentos turísticos, compostos por mais de 3500 quartos. De acordo com a Direcção Provincial da Cultura e Turismo, pelo menos 3 mil reservas foram canceladas em Gaza.