Um grupo de populares da cidade de Manica, província do mesmo nome, invadiu, esta semana, o sopé da Serra Vumba, para a extracção de ouro, metal precioso de grande procura no mercado internacional.
Trata-se duma situação que está a tirar sono às autoridades locais, que já desencadeiam uma ofensiva policial visando a detenção dos prevaricadores.
O garimpo tem sido o principal responsável pela poluição das águas dos rios que atravessam a província de Manica. Após a extracção daquele recurso, os garimpeiros procedem à lavagem do metal, nas margens daqueles cursos de água, causando grandes danos.
A título de exemplo, a Albufeira de Chicamba, maior lago artificial de Manica e principal centro pesqueiro de tilápia, já se ressente da poluição das suas águas, apresentando-se, algumas vezes, turva.
Chicamba, que se localiza ao longo do rio Messica, recebe cargas de águas de vários braços, muitos transportando água turva, causada pelo garimpo.
O jornal “O País” esteve no local esta quinta-feira, mas ninguém estava lá. A razão é simples – a actividade é ilegal e, por isso, é exercida na calada da noite.
Quem por lá passa durante o dia não imagina que há um poço de ouro. À meia-noite, os garimpeiros dão início à “caça ao ouro”, longe dos olhos da Polícia. Conforme apurou o “O País”, a actividade de garimpo termina por volta das três horas da madrugada.
Entretanto, o Município de Manica, através do edil Patrício Chiamisso, diz estar a travar uma guerra com os garimpeiros, mas a vitória por parte da edilidade não tem fim à vista.
Os indiciados de prática de crime ambiental dizem ter pautado pelo garimpo como forma de garantir a sua sobrevivência.
“Entrei no garimpo para ter dinheiro. Fiquei surpreso ao ver a Polícia Municipal a recolher-nos para celas”, disse um dos detidos.
A guerra entre as autoridades de Manica e garimpeiros vem desde o ano de 2019, quando a empresa África Ouro tentou explorar o ouro naquela zona, tendo sido possível impedi-la.