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“Gangue” de adolescentes agride professor e ameaça alunos na Escola Unidade 11, em Xai-Xai

Um grupo de adolescentes, organizado em gangues, tem agredido professores, ameaçado e roubado pertences de alunos na Escola Unidade 11, na cidade de Xai-Xai. O director da instituição alerta que mais de 1.300 estudantes estão expostos ao perigo há cerca de quatro meses, devido à falta de vedação no recinto escolar e à ausência de policiamento.

Segundo relatos, o grupo tem perturbado o normal funcionamento das aulas desde o início do ano. Um professor, de 34 anos, foi cercado e agredido pelos jovens depois de ordenar que eles se retirassem do recinto escolar.

“Era um grupo de quatro. A partir daí, começaram a agressão, atirando pedras e desferindo socos”, contou a vítima.

Os adolescentes chegaram a ser detidos, mas, por serem menores de idade, foram libertados. De volta à liberdade, retomaram as ações de intimidação e violência.

“Foram levados à esquadra, mas constatou-se que eram menores. No último tempo de aula, lecionamos com receio, porque eles têm assediado ainda mais as professoras”, relatou o docente.

O diretor da escola, Bento Maússe, afirma que além dos professores, muitos alunos vivem em constante risco.

“A escola tem 1.354 alunos, todos expostos a ameaças. Além de intimidarem professores, eles abordam as crianças para exigir o dinheiro que o encarregado dá para comprar lanches, como bolachas e refrescos”, lamentou.

Estudantes também denunciam casos de roubos e agressões durante o dia. “Eu tinha 50 meticais, ele me ameaçou e tentou me derrubar”, contou um aluno. Outra vítima relatou: “Eles batem e levam as mochilas das meninas no caminho para casa”.

Bento Maússe explica que a insegurança é um problema antigo, mas que se agravou com a falta de vedação e a ausência de patrulhas policiais.

O diretor do Serviço Distrital de Educação, Marcelino Biza, reconheceu que outras escolas de Xai-Xai enfrentam situações semelhantes e prometeu reforçar as medidas de segurança.

“Quando uma criança bebe e chega ao ponto de agredir ou sabotar aulas, precisamos agir. Estamos a trabalhar com as autoridades para garantir acompanhamento e para que as direções escolares comuniquem rapidamente qualquer incidente”, declarou.

Pais e encarregados de educação atribuem o aumento da violência à venda e ao consumo de bebidas alcoólicas de baixo custo nas proximidades da escola.

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