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Galp coloca à venda posição no gás de Moçambique

Depois de anunciar a venda de activos para exploração e produção petrolífera (upstream), em Angola, a Galp colocou à venda a participação que detém no projecto de gás natural de Moçambique. A petrolífera portuguesa mandatou o Bank of America para encontrar compradores para a posição que tem no projecto de gás natural, denominado Coral-Sul, situado no Norte de Moçambique. Saídas de São Tomé e Namíbia estão também no horizonte.

A Galp pretende vender a sua participação no projecto de gás natural Coral-Sul, em Moçambique. Para tal, a petrolífera contratou o Bank of America, que esteve já envolvido na alienação das posições da empresa em projectos em Angola, para encontrar compradores.

A informação avançada pelo ‘Negócios’ dá conta de que a Galp tem um plano para sair totalmente de África nos domínios de exploração e produção. Depois de Angola e Moçambique, a petrolífera lusa aponta também para sair de São Tomé e Príncipe e Namíbia.

Fontes ligadas ao sector contactadas pelo ‘Negócios’ destacam que o Coral-Sul é um activo que deve atrair muitos investidores, principalmente porque a guerra na Ucrânia aumentou o apetite pelo gás natural em vários países.

O Coral-Sul FLNG, a primeira planta flutuante de liquefacção de gás natural em águas ultraprofundas do mundo, com uma capacidade de produção de 3,4 milhões de toneladas de gás liquefeito, por ano, foi implantada a uma profundidade de cerca de dois mil metros, na Área 4 da Bacia do Rovuma.

Em Junho de 2022, o Governo e a multinacional petrolífera italiana, ENI, anunciaram o início da exploração do gás natural liquefeito, com a introdução, com segurança, do primeiro hidrocarboneto na plataforma flutuante, a partir dos reservatórios no alto mar, em Cabo Delgado.

A Galp está presente em Moçambique no segmento de Upstream desde 2007. A entrada no país foi marcada pela assinatura do contrato de farm-in com a Eni e com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) para a exploração da Área 4, localizada em águas que vão desde profundidades rasas a ultraprofundas da Bacia de Rovuma.

Em Novembro de 2022, teve início da primeira exportação de gás natural liquefeito (GNL), produzido na Bacia do Rovuma pelo Projecto Coral Sul FLNG.

A Galp, que detém 10% da Área 4 da bacia do Rovuma, conta como parceiros a Mozambique Rovuma Venture (MRV) que detém uma participação de 70% na Área 4 e é constituída por ExxonMobil (operador do projecto Rovuma LNG) através de uma participação de 35,7% na MRV, Eni (operador do projeto offshore Coral Sul FLNG) através de uma participação de 35,7% na MRV e China National Petroleum Corporation (CNPC) através de uma participação de 28,6% na MRV; Kogas com uma participação de 10%; Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que detém 10%.

Recorde-se que a Galp chegou a acordo esta semana com a angolana Somoil para a venda de activos ‘upstream’ em Angola por 830 milhões de dólares (777 milhões de euros), indicou a companhia, num comunicado hoje divulgado.

“A Galp assinou um acordo com a Somoil – Sociedade Petrolífera Angolana S.A. para a venda dos seus activos ‘upstream’ em Angola”, lê-se na mesma nota, na qual a petrolífera detalhou que o valor da operação deverá rondar os 830 milhões de dólares, incluindo 655 milhões de dólares (613 milhões de euros) até à conclusão e mais 175 milhões de dólares (163,8 milhões de euros) em pagamentos contingentes em 2024 e 2025, dependentes do preço do Brent”.

A Galp não fez quaisquer comentários, quando questionada pelo mesmo jornal. A venda da participação no gás de Moçambique fará parte de um plano que passa pela saída da empresa de África na área upstream. À parte de Angola e Moçambique, a petrolífera ainda tem interesses nestes domínios em São Tomé e Príncipe e Namíbia.

 

GALP VENDE ATIVOS EM ANGOLA POR 777 MILHÕES DE EUROS

Ainda esta semana, a Galp chegou a um acordo com a Somoil – Sociedade Petrolífera Angolana para vender activos que controla em Angola para exploração e produção petrolífera (upstream) por cerca de 830 milhões de dólares (777 milhões de euros aproximadamente). O negócio foi anunciado, na última segunda-feira, no mesmo dia em que a petrolífera portuguesa revelou ter fechado em 2022 com um lucro de 881 milhões de euros.

A empresa liderada por Filipe Silva adianta que o negócio deverá estar concluído até ao final deste ano. Quando estiver concretizado, a energética portuguesa deverá encaixar logo 655 milhões de dólares (613,3 milhões de euros), de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal.

Os restantes 175 milhões de dólares (163,8 milhões de euros) serão recebidos posteriormente em pagamentos contingentes a efectuar em 2024 e 2025, cujo valor dependerá do preço do Brent, petróleo extraído no Mar do Norte.

Para Filipe SIlva, citado em comunicado, o negócio permite “cristalizar valor de activos maduros de upstream e apoiar a renovação do portefólio de upstream e a estratégia de descarbonização”.

“Estamos confiantes que a Somoil, já presente no Bloco 14, será um forte contribuidor para o desenvolvimento para o desenvolvimento destes ativos da Galp”, argumento o CEO da Galp.

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