O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, disse, semana finda, que o aumento da participação do Estado moçambicano no gasoduto para a África do Sul será financiado por um fundo sul-africano e será reembolsado através de dividendos.
As informações foram prestadas na passada quinta-feira pelo ministro, em declarações à lusa, citado pelo Notícias, na sua edição de ontem.
“Foi possível obter da parte de um fundo de investimento para a área de energia do Governo sul-africano um financiamento que não acarreta responsabilidades adicionais sobre a ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos), empresa do Estado moçambicano”, afirmou Max Tonela.
O ministro salientou ainda que “da parte da ENH foi feita uma avaliação das opções de financiamento apresentadas pelas várias instituições bancárias e a opção mais económica e melhor opção é através daquele fundo”, escreve a nossa fonte.
A Companhia Moçambicana de Gás, empresa moçambicana detida pela ENH, e a companhia estatal sul-africana iGas, anunciaram na passada segunda-feira (28 de Junho) estar a preparar-se para comprar 30% do gasoduto que transporta gás de Moçambique para a África do Sul, exercendo o direito de preferência na compra de aquisições detidas pela companhia sul-africana Sasol.
Segundo Tonela, “os fluxos de dividendos associados às acções adicionais adquirias quer pela CMG, quer pela iGas são superiores, ao longo de tempo, às obrigações decorrentes de pagamento desse financiamento”.
“Depois de uma avaliação dos benefícios económicos da transação, decidiriam exercer este direito e, tendo em conta o carácter estratégico da infra-estrutura para o desenvolvimento económico dos dois países, essa operação teve o suporte conjunto” dos governos dos dois países, sublinhou Max Tonela.
Na nota de imprensa que emitiu esta semana, a ENH referiu que a aquisição da quota está avaliada em pouco mais de quatro mil milhões de randes (254 mil milhões de meticais).
O gasoduto liga as jazidas de gás de Pande e Temane, na província de Inhambane, à África do Sul.