Os funcionários do Desportivo Maputo amotinaram-se, hoje, nas instalações do clube, para reivindicarem a falta de pagamento de salário. À semelhança da última greve, os mesmos trancaram os portões que dão acesso ao interior do clube, facto que criou um embaraço para o normal funcionamento da colectividade.
Segundo uma das funcionárias que não quis ser identificada, há dois anos que a direcção encabeçada por Paulo Ratilal não paga salários, não sabendo os motivos por detrás dessa atitude. Uma vez não haver nenhuma explicação plausível, segundo a mesma, a única saída é a greve, como forma de pressionar a direcção a honrar com os seus compromissos.
“O ano lectivo já arrancou. Não temos dinheiro para comprar material escolar para os nossos filhos, pois não recebemos. Essa situação deixa-nos mal”, disse. Face à greve, o secretário-geral do Desportivo Maputo, que se fez às instalações do clube para serenar os ânimos, prometeu aos “grevistas” pagar uma parte do salário ainda hoje. Até à saída da nossa Reportagem do local, os funcionários se encontravam nas instalações do clube aguardando pelos seus ordenados.
Esta é a segunda greve em menos de três meses. Em Novembro do ano passado, adeptos e funcionários do clube invadiram e trancaram os portões das instalações do clube, em reivindicação do atraso salarial, forçando ainda a demissão da direcção liderada por Paulo Ratilal.
Na altura, para além de forçarem a saída de Paulo Ratilal, exigiam mudanças profundas dentro da colectividade, com enfoque para a clareza na gestão das contas do clube, facto que foi reprovado pela direcção “alvi-negra”, que desdramatizou as preocupações dos adeptos.