O País – A verdade como notícia

“Foi um orgulho para todos nós”, diz Filipe Nyusi sobre conquista de Reinildo

De regresso ao país, depois da conquista histórica do Campeonato Francês da primeira divisão, Reinildo pediu, hoje, ao Governo de Filipe Nyusi que aposte na formação para que emerjam mais talentos no futebol moçambicano.

Foi de Chiveve que partiu para a Europa, onde chegou, convenceu e venceu. Hoje, o miúdo da Munhava, que conquistou França e o mundo, foi recebido pelo Presidente da República, na Ponta Vermelha.

Reinildo era um jovem feliz e reconheceu que não esperava tanto. “Tudo começou com os meus colegas que diziam, no balneário, que eu era o melhor lateral esquerdo do campeonato. Eu levava isso como brincadeira e dizia a mim mesmo, que era impossível chegar a esse patamar, pois há muitos jogadores valiosos no campeonato”, iniciou o internacional para depois avançar que, “mesmo não acreditando que poderia ser eleito um dos melhores da prova, fui trabalhando, fui dando o meu melhor. Eis que, faltando um jogo para o fim da Ligue 1, recebi a informação do homem da comunicação do clube que havia sido eleito melhor lateral esquerdo da prova, pelo que fiquei admirado”, descreveu o jogador ao Chefe de Estado.

O internacional moçambicano explicou que a satisfação era tanta que, mesmo no dia em que foi lhe entregue o troféu, não quis acreditar. “Cheguei atrasado à sede da União de Jogadores Profissionais Franceses (UNFP, na sigla francesa), porque não sabia que roupa deveria usar, estava nervoso. Quando lá cheguei, já estavam presentes as pessoas que fizeram parte do júri. Eles nem me deixaram digerir a conquista, só me entregaram o troféu e tirei uma fotografia. Em seguida, tive que devolver o troféu. De tão nervoso que estava nem deu para olhar o troféu”, lembrou com sorriso no rosto.

Graças a essa premiação, o atleta consta do 11 do ano da principal prova de França. Reinildo disse ser um orgulho e explicou o significado de ter carregado a bandeira de Moçambique às costas no dia da consagração.

“Eu senti que era aquele o momento de fazer com que o povo moçambicano pudesse esquecer, por alguns instantes, o sofrimento por que está a passar. Senti-me orgulhoso por estar ali com a bandeira do meu país e saber que estou a carregar milhões de moçambicanos”, revelou o atleta.

Orgulhoso e feliz também ficou Filipe Nyusi que abriu espaço para o craque pudesse fazer pedidos ao seu Governo. “Temos que continuar a trabalhar na formação, foi a partir daí que apareceu Reinildo, apareceu Mexer, Zainadine e outros talentos do país. Tenho certeza de que existem mais Reinildos, mas não têm oportunidade de aparecer, porque nem todas as equipas apostam na formação”, introduziu para acrescentar que “para render o jogador precisa de condições de trabalho. Precisa de estar alegre, isso significa ter um bom local de hospedagem, um bom campo de futebol, boa alimentação”, defendeu.

REINILDO SEMPRE SERÁ REINILDO, PROMETE!

Na mira da imprensa quer francesa, quer moçambicana, Reinildo, que chega hoje à cidade da Beira, garante que não mudou e que continua humilde. “Reinildo sempre será Reinildo. Já tive situações de descer de divisão, mas foi sempre de cabeça erguida. Não é por ser campeão que vou mudar a minha forma de ser. Continuarei amigo de todos, conversador, brincalhão e a mensagem que quero deixar para os jovens que estão a começar: tudo é possível no futebol, como tudo é possível na vida. Não é por sermos moçambicanos que não podemos sonhar, só não sonha quem não vive”, aconselhou tendo depois agradecido ao técnico Mussá Osman por ter apostado nele logo que foi promovido aos seniores no Ferroviário da Beira.

Na ocasião, Filipe Nyusi explicou que mesmo que Reinildo não vencesse o campeonato, o país estaria feliz com o seu desempenho. “Foi um orgulho para todos nós, mesmo que ele não ganhasse, a bandeira seria destacada, porque, antes de vencer o campeonato, já havia sido eleito melhor lateral esquerdo da prova”, regozijou o Chefe de Estado.

No final, Reinido ofereceu ao Presidente da República uma camisete autografada do Lile e um cascol. Assim foi a tarde de um campeão na Ponta Vermelha…Reinildo já não é apenas um jovem da Munhava, mas, agora, é um jovem do mundo…é um pedaço de Moçambique que brilha no velho continente.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos