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FMF disponibiliza 100 mil dólares para garantir testagem no Moçambola 2021

A questão dos testes no Moçambola 2021 sempre uma incógnita, desde o quando foi anunciado o arranque da prova, em Dezembro do ano passado. As equipas estavam prontas, desportivamente, para atacar o campeonato nacional, mas financeiramente tinham muitas lacunas para responder aprova, até porque os jogos seriam a portas-fechadas, o que de certa forma criava défice financeiro nas 14 colectividades que disputam a prova.

E a questão dos testes da COVID-19 era o meio entrave, razão pela qual o Ministério da Saúde foi chamado a intervir, para dar o seu parecer em relação ao assunto. Mas a situação actual que se vive no país, com aumento do número de casos dia-pós-dia, fez com que o MISAU recuasse na intenção de garantir testes gratuitos aos clubes que disputam o Moçambola.

E para que a prova não parasse a meio, teve que se procurar outros caminhos para ultrapassar este dilema, tendo a Federação Moçambicana de Futebol se sentado à mesma mesa com a Liga Moçambicana de Futebol, a Secretaria de Estado do Desporto e o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional da Saúde, na passada sexta-feira.

Do encontro, uma certeza: “vamos fazer os testes entre 48 a 72 horas antes do início de qualquer partida,” garantia dada por Feizal Sidat, presidente da Federação Moçambicana de Futebol, que assim encontrou a solução para a testagem frequente aos actores do Moçambola 2021.

Feizal Sidat garantiu que a instituição que dirige vai disponibilizar um financiamento de 100 mil dólares para aquisição de testes rápidos aos atletas, equipas técnicas e todos intervenientes de cada partida do Moçambola. “A intervenção da FMF será financeira, isto é a federação vai assumir na totalidade os custos dos testes para as próximas 23 jornadas que ainda faltam. Vamos ter que assumi-la. Nós temos feito contactos com os nossos parceiros internacionais e provavelmente será entre 80 a 100 mil dólares americanos de investimento que a federação vai fazer, sabemos que os testes são caros, mas nós vamos fazer o lançamento de um concurso muito rápido e restrito para ver se conseguimos atenuar este assunto”, disse Sidat no final do referido encontro que aconteceu na sede da SED.

Entretanto, os testes serão feitos a todos actores do Moçambola na quarta e quinta jornadas e de forma aleatória nas jornadas seguintes até ao fim do Moçambola.

“Nas primeiras duas jornadas (4ª e 5ª jornada) vamos fazer testes a todos elementos envolvidos no Moçambola, desde árbitros, equipe técnica, jogadores, apanha-bolas e os responsáveis por uma partida de futebol, nas  outras que se seguem vamos fazer testes aleatoriamente e serão entre 25 a 30 testes por cada jogo, tendo em conta que os custos são bastante elevados. Mas era pertinente que as duas primeiras jornadas fizéssemos testes a todos”, assegurou Sidat, que não deixou do lado a questão da responsabilidade que todos os actores devem ter, a partir de dentro de cada clube, para que a COVID-19 não seja motivo de preocupação no futebol moçambicano.

Sidat diz mesmo que “o que nós vamos fazer ênfase é que haja responsabilidade dentro do clube, saber que, se um atleta testar positive, não deverá jogar, porque se ele jogar estará a perigar a saúde de todos os outros. Queremos que esta responsabilidade comece dentro do clube, a partir da direcção, dos médicos e, principalmente, do treinador”, como medida para evitar que surjam casos da COVID-19 no desporto, em particular no futebol.

REGULAMENTO ESPECÍFICO PARA EVITAR IRREGULARIDADES

O Director Nacional do Desporto de Rendimento, Francisco da Conceição, revelou que as autoridades sanitárias deram a conhecer da incapacidade para atender a necessidade de testagem aos intervenientes do Moçambola, pelo que teve que se encontrar outras soluções. “Num primeiro momento havia por parte das instituições da saúde alguma intenção de responsabilizar-se pela testagem a Covid-19 aos actores do Moçambola, contudo dado ao disparar da situação do novo coronavírus em Moçambique este aspecto ficou insustentável para a Saúde Pública”, disse Francisco da Conceição.

Entretanto, o pessoal médico de cada clube vai ter apoio do Instituto Nacional de Saúde no manuseamento dos testes rápidos a serem feitos aos elementos intervenientes do Moçambola. Francisco da Conceição assegurou que “o Instituto Nacional de Saúde responsabilizou-se em fazer acções de capacitação e habilitação com ferramentas aos elementos das equipes médicas dos clubes de modo a que estejam capacitados a poderem realizar as testagens rápidas em tempo recorde”, mas também que “haverá um regulamento específico com regras muito bem claras e até com medidas de penalização e dissuasão de eventuais irregularidades que possam ser alvo dos actores do Moçambola, nomeadamente clubes, treinadores e os atletas”.

O Moçambola 2021 decorre dentro de um protocolo sanitário aprovado pelo Ministério da Saúde, que obriga os clubes a seguirem todas medidas de prevenção, bem como a realizar os seus jogos a portas fechadas.

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