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Finalmente, em casa…!

Mais de 50 mil viajantes já passaram pela fronteira de Ressano Garcia desde a sua reabertura, uma redução em 40 por cento quando comparado com igual período do ano passado. O pico das entradas foi nas últimas 24 horas, com um registo de pouco mais de 15 mil pessoas.

Contrariamente às grandes enchentes de viajantes que procuram voltar ao país, depois de tantos meses trancados na África do Sul, que decretou um lockdown para conter a propagação da COVID-19, a fronteira de Ressano Garcia teve pouca afluência de viajantes, poucas horas antes do natal.

Os que viajaram neste dia são, na sua maioria, mineiros que, por falta de dinheiro para o teste do Coronavírus ou mesmo demora de suas férias fizeram a viagem de última hora para a terra que os viu nascer, Moçambique.
Um dos entrevistados é mineiro há seis anos na terra que além do rand é, também, das minas onde grande parte dos moçambicanos trabalha. Este ano, é a primeira vez que regressa ao país, uma vez que África do Sul tinha fechado as portas.

“Fiquei muito tempo na África do Sul por causa do Coronavírus que nos complicou a vida, mas graças a Deus conseguimos chegar ao nosso país. O pior é que não fazíamos quase nada daquele lado porque a situação está caótica”, descreveu a nossa fonte, um dos mineiros que regressa ao país.

Já terras moçambicanas, nem a máscara consegue esconder a felicidade que nos seus olhos e na gargalhada se manifesta em poder celebrar o natal próximo dos seus. “Não comprei muita coisa para os meus filhos e esposa porque não fiz dinheiro. O importante é que eu vá para casa passar a quadra festiva ao lado das pessoas que amo e matar saudades porque em 10 dias terei de voltar ao trabalho para conseguir o que este ano não foi possível por causa da pandemia”, contou o mineiro com um tom carregado de emoção por regressar a Moçambique.

A ele, juntam outros viajantes que, mesmo reclamando o preço do teste da COVID-19 e das enchentes da contraparte sul-africana, já respiram de alívio. “Na África do Sul, quase que não se anda. Eu, por exemplo, saí de lá por volta das 06h do dia anterior e só fui atendido na fronteira às 10h. Está tudo congestionado. Não se anda. O preço do teste da COVID-19 é outra preocupação dos mineiros. Muitos de nós ficaram por não ter dinheiro para a sua realização”, reclamou o mineiro das terras do rand.

Estes são, na verdade, parte dos pouco mais de 50 mil viajantes que passaram pela fronteira de Ressano Garcia desde a sua reabertura após encerramento devido à COVID-19, uma redução em 40 por cento quando comparado com igual período de 2019 que cruzaram o posto fronteiriço mais de 100 mil pessoas.

“De facto, tivemos uma redução em mais da metade quando comparamos com 2019 e tal deveu-se aos impactos da COVID-19, que nos forçaram a fechar as fronteiras. Temos, ainda, a questão do teste, que nem todos conseguem dinheiro para tal”, justificou Juca Bata, porta-voz dos Serviços de Migração na província de Maputo.

Desse universo de entradas, o pico foi registado entre os dias 22 e 23 de Dezembro com pouco mais de 15 mil viajantes e “no dia 24 e 25 não se espera grandes movimentos, podendo voltar a se registar um fluxo igual só nas vésperas do final do ano”.

Desde esta quarta-feira, a fronteira de Ressano Garcia está a funcionar 24 horas por dia como forma de permitir maior fluxo de viajantes.

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