Estão a ser investidos mais de 170 milhões de meticais para reabilitação e expansão da estação de tratamento de águas residuais e lamas fecais junto ao vale do Infulene, entre as cidades de Maputo e Matola. Depois da intervenção, a infra-estrutura vai beneficiar, até 2040, 128 mil habitantes da zona metropolitana do Grande Maputo.
A estação de tratamento de águas residuais e lamas fecais foi estabelecida no vale de Infulene nos anos 80, numa altura em que as cidades de Maputo e Matola não eram densamente habitadas. Hoje, a realidade demográfica é outra e o acesso ao saneamento seguro continua desafiante.
Para quem vive nas proximidades do vale de Infulene sabe que há poluição ambiental, caracterizada por mau cheiro por conta do depósito de águas residuais e lamas fecais naquele local. Fernando Cossa, residente de Manduca, na Matola, sugere o encerramento da estação de tratamento de águas residuais.
De acordo com o último censo geral da população, a Cidade de Maputo tem, actualmente, 1.200.00 habitantes, dos quais 30% da população não tem acesso aos serviços básicos de saneamento convencional. Eneas comiche, edil de Maputo, diz que a situação é preocupante.
“Esta é uma realidade preocupante para o Conselho Municipal de Maputo que não tem poupado esforços na identificação de soluções, como a construção de infra-estruturas e desenvolvimento de serviços adequados para os munícipes da bela Cidade das Acácias e jacarandás”, disse o presidente do Município de Maputo.
Por sua vez, Firmino Guambe, em representação de Calisto Cossa, disse que o empreendimento baseado na Matola vai causar impacto positivo na vida das pessoas e melhoria da sua condição social e económica.
E é mesmo para melhorar e elevar o acesso ao saneamento seguro, investir em infra-estruturas para o futuro, que foi lançada, esta quinta-feira, a reabilitação do referido empreendimento que é co-financiado pelo Governo moçambicano e o Banco Mundial.
A estação de tratamento de águas residuais vai aumentar a sua capacidade de atender os esgotos domésticos e industriais. E espera-se também que as águas residuais tratadas sejam canalizadas ao rio Infulene para irrigação das hortícolas e reaproveitamento das lamas fecais para adubar os solos.
“Agrada-nos saber que, depois de reabilitada, esta infra-estrutura vai passar dos actuais 15 mil para 90 mil e o número vai chegar a mais de 100 mil beneficiários. É uma infra-estrutura amiga do ambiente, tudo o que é depositado aqui é reaproveitado. A aposta do Governo é continuar a investir para melhorar o saneamento do meio das populações”, disse Osvaldo Machatine, ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.
O empreiteiro da obra é um consórcio chinês e tem um prazo de 18 meses para execução. O empreiteiro e o fiscal foram chamados a garantir a execução de obra com qualidade e observância dos prazos.
O programa de melhoria de saneamento do meio é de âmbito nacional, mas abrange, numa primeira fase, as principais cidades.