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FIKANI Moçambique está de volta depois de dois anos

Foto: O País

É preciso apostar na formação e capacitação dos agentes do turismo para que o país consiga responder aos actuais desafios do sector. O posicionamento foi defendido, hoje, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, depois da abertura da 8ª edição Feira Internacional do Turismo.

Os anos 2020 e 2021 foram um pesadelo para o turismo nacional e internacional, devido à pandemia da COVID-19, que afectou negativamente o sector.

Durante dois anos, hotéis, agências de viagens e prestadores de serviços do sector da cultura e turismo sentiram-se “agredidos” pela falta de clientes, e instalou-se a crise no sector.

Dois anos depois, o sector começa a pulsar, motivado pelo abrandamento da doença e das medidas restritivas impostas para o controlo da pandemia.

Diante dessa realidade, o Presidente da República diz que é altura de os empresários moçambicanos arregaçarem as mangas e voltarem ao activo, com projectos claros para o desenvolvimento do sector, facto que vai influenciar o desenvolvimento económico do país.

Porém, para responder aos actuais desafios, Filipe Nyusi diz que é necessário que o país tenha profissionais altamente qualificados.

“O desenvolvimento de capital humano competente e capaz de responder às exigências dos clientes mais exigentes é uma condição sine qua non para o sucesso da indústria do turismo. A formação e capacitação permanente dos profissionais do turismo, de modo a conferir mais qualidade dos serviços prestados aos turistas, deve continuar a ser uma prioridade de todos os intervenientes da cadeia de turismo”, referiu Nyusi.

O Chefe de Estado, que falava esta quinta-feira, durante a abertura da 8ª edição da Feira Internacional de Turismo, FIKANI Moçambique 2022, apelou ao sector privado nacional e internacional para usufruir do pacote de medidas de estímulo económico para a revitalização do sector.

Filipe Nyusi destacou o “estabelecimento de incentivos fiscais para novos investimentos e sectores-chave, a ser incluso no turismo nos próximos anos; a simplificação dos procedimentos para o repatriamento de capitais e a revisão do regime geral de vistos de entradas no país, para promover maior fluxo de turistas e outros negócios, um processo que está em curso, sendo que recentemente, foi introduzido o sistema de visto electrónico, e houve simplificação de processos administrativos na relação entre o Estado, as empresas e as pessoas.

Por considerar criadas as condições, o Presidente da República desafiou os operadores turísticos a serem cada vez mais arrojados no desenvolvimento de soluções inovadoras, para a maximização do potencial turístico existente.

“Com o potencial existente e o ambiente fiscal cada vez mais favorável que temos vindo a criar, esperamos que os operadores que actuam em Moçambique lutem para posicionar mais o país num mapa de referência internacional e contribuam para que o peso do turismo alcance a taxa de dois dígitos, na estrutura do Produto Interno Bruto (PIB)”, salientou.

Contudo, o Governo comprometeu-se a continuar a apostar no turismo, porque o tem como um dos pilares de desenvolvimento do país.

O Sector privado, por seu turno, diz que a 8ª edição da FIKANI Moçambique é uma montra para o regresso do turismo nacional e internacional.

Durante a sua intervenção, no discurso de abertura, o vice-presidente da CTA, Vasco Manhiça, fala do aumento do número de turistas nacionais na desfrutam os recursos do país, por isso o sector privado irá usar a oportunidade para mostrar as potencialidades do país.

“Actualmente o sector exibe uma tendência de melhoria, havendo enormes espectativas que o pacote de medidas de aceleração económicas, anunciado pelo Governo, venha melhorar ainda mais, paralelamente, com base na monitoria económica patente no índice de robustez económica”, defendeu Vasco Manhiça.

A 8ª edição da Feira Internacional do Turismo, que é coorganizada pelo ministério da Cultura, Instituto Nacional de Turismo e o sector privado, decorre de 13 a 15 de Outubro, na Cidade de Maputo, e vai reunir 112 expositores, entre nacionais e internacionais, que lidam com hotelaria, viagens, produtos e serviços diversos.

 

FEIRA É UMA MONTRA PARA A RETOMA DOS NEGÓCIOS

Alguns expositores que estiveram no local para acompanhar a cerimónia de abertura, dizem que a FIKANI é bem-vinda, pois já se ressentiam da falta de fóruns que reunissem empresários do mesmo sector, para podem partilhar experiências e, acima de tudo, firmar novas parcerias de negócios.

Alguns, que estiveram fechados durante meses, contam que sofreram na pele as consequências da pandemia e vão, por isso, agarrar a oportunidade.

No entanto, há quem defende que “o que se perdeu com a pandemia, não se volta a recuperar. O que pode haver é uma acção de retoma, de modo a repor serviços, mas precisando sempre de novos investimentos, pois o que foi feito foi perdido.

Nos três dias de exposição, os organizadores esperam receber cerca de cinco mil pessoas.

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