O surto da febre aftosa, que está a assolar a província e cidade de Maputo, já está a causar impactos no abastecimento de carne, sobretudo a de vaca, na capital do país. Vendedores queixam-se de poucas reservas
Uma semana após ser restringida a circulação de animais como bois, cabritos e suínos, na região Sul do país, devido ao surgimento da febre aftosa, na província de Maputo, a escassez de carne de vaca já começa a fazer-se sentir em alguns mercados da cidade.
Ouvidos pelo “O país”, alguns dos vendedores de carne, no mercado Xipamanine, dizem não saber ao certo a situação futura da oferta devido à falta de reservas para abastecer o mercado.
“Só tenho uma cabeça de reserva. Assim, na próxima semana poderei ter problemas no negócio, porque já não tenho mais carne para venda. Os matadouros estão fechados”, disse uma vendedeira do Xipamanine.
“Não sei qual é a principal razão. Falam da febre. Dizem que estão a vacinar o gado. Isto está a afectar-nos bastante”, disse outro vendedor.
No entanto, não é só no Xipamanine onde a aftosa está a causar impactos negativos. No mercado central da cidade de Maputo, os vendedores dizem ter carne de reserva, mas que não poderá durar por muito tempo.
“Temos um bom ‘stock’, que poderá durar por, praticamente, umas três semanas”, disse ao “O País” o responsável de um dos talhos.
Apesar de já se fazer sentir a escassez de carne nos mercados, os consumidores afirmam que os preços praticados continuam acessíveis e esperam que assim continue nos próximos dias.
“Ainda não houve alteração dos preços. Isso é bom. Esperamos que assim continue”, afirmou um cliente, que disse ter ouvido sobre o surto e espera que “se resolva a situação”.
Até ao momento, o distrito de Magude é o epicentro da doença, com quatro animais identificados. As autoridades dizem ser necessários pelo menos 21 dias para controlar o surto.