A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) iniciou, hoje, uma formação de extensionistas agrícolas do sector público na província de Tete em matérias ligadas à Agricultura de Conservação, Multiplicação e Controlo de Qualidade de Sementes, no âmbito das actividades do programa de emergência para a contenção dos efeitos da seca.
Falando durante a abertura do evento, o chefe dos Serviços Provinciais de Extensão Rural (SPER) em Tete, Fernando Assane, disse que a formação, cuja duração é de cinco dias, será uma mais-valia para os extensionistas dos distritos abrangidos, abrindo espaço para a partilha de experiência neste sector.
Os extensionistas abrangidos são dos distritos de Changara, Cahora-Bassa e Marara, num programa que posteriormente será desenvolvido nas províncias de Gaza e Maputo, Sul do país, e Manica, Centro. Nas quatro províncias serão formados 220 extensionistas.
“É uma oportunidade para aquisição de conhecimento e partilha de experiências, tendo em conta a situação actual de mudanças climáticas que tem afectado algumas regiões desta província”, declarou Fernando Assane.
Para o consultor da FAO, Inácio Nhancale, após a formação, caberá aos formados partilhar o conhecimento adquirido, garantindo que as informações passem para os produtores nas respectivas comunidades.
“Esta formação é um meio pelo qual os agentes de extensão vão apoiar aos agricultores afectados pelas mudanças climáticas para estes adaptarem e adequarem os seus sistemas e práticas de produção, adoptando tecnologias apropriadas às suas condições locais de produção”, disse Nhancale.
Para além das aulas teóricas, os participantes serão expostos a aulas práticas para a avaliação dos solos e mecanização de pequena escala, utilizando semeadores e adubadores manuais também conhecidos por matracas que contribuem para a redução de tempo e esforço físico dos produtores na sementeira e adubação.
Após a formação, os extensionistas estarão aptos para fazer o controlo de qualidade de sementes, análise da fertilidade de solos nas condições locais e prover assistência técnica aos produtores em zonas afectadas pela seca, para que estes, por sua vez, sejam capazes de adoptar e aplicar técnicas de agricultura de conservação para uma produção sustentável e resiliente.
Esta intervenção da FAO em resposta ao fenómeno El Nino tem como objectivo contribuir para o desenvolvimento de conhecimentos técnicos básicos que irão ajudar na redução de ajuda externa em alimentos, melhorar a segurança alimentar e construir resiliência efectiva nas comunidades.