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Família, membros do Governo e antigos colegas assistem à missa de corpo presente de Mário Machungo em Maputo

O corpo de Mário Machungo, antigo Primeiro-Ministro, que perdeu a vida no dia 17 deste mês, vítima de doença, em Lisboa, chegou na manhã deste sábado, na cidade de Maputo.

Em missa de corpo presente, familiares, membros do Governo, amigos e antigos colegas homenagearam e despediram-se de Mário Machungo, na manhã deste sábado, na Igreja Anglicana São Cipriano, na capital moçambicana.

“Quando viemos ao mundo nada trouxemos”, da mesma maneira que na hora de partida "nada podemos levar”, disseram os membros do sacerdócio que orientaram a celebração da missa, guiados pelo antigo bispo da Igreja Anglicana, Dom Dinis Sengulane, e o actual, Carlos Matsinhe, à entrada do corpo na igreja.  

“Deus, entregamos o teu servo, Mário Machungo”, disse Carlos Matsinhe, bispo da Igreja Anglicana, em missa com salmos fúnebres em memória do malogrado, que em vida “combateu um bom combate” em prol de Moçambique. “Aleluia” a Mário Machungo, “bem-aventurado” por ter sido amoroso, corajoso e cheio de fé ao longo da sua vida.

“Mesmo que o coração seja mau… e mesmo que eu não esteja sempre na igreja, Deus ama-me. Este hino… cantávamos com Mário Machungo”, fez saber o reverendo, sublinhando que muitos conviveram com o malogrado na vida política e noutras frentes, mas não no templo do senhor (igreja).

“Estamos aqui presentes porque queremos que (…) Mário Machungo continue a brilhar”, disse o reverendo Jamisse Taimo e de seguida a entoação só salmo “o senhor é quem somente te guarda e protege”.

Mário Machungo nasceu (1940-2020) em Chicuque, província de Inhambane. Dedicou a sua vida à causa do povo, para libertá-lo do colonialismo e da escravidão.

"Mário era uma das pessoas que dedicava tempo" ouvindo os outros à procura de soluções da vida. Praticava o bem, argumentado que o leite do peito da sua mãe o ensinara isso, segundo Jamisse Taimo.

“Mário dizia que o senhor oferece misericórdia de forma graciosa e gratuita”, pelo que questionava-se se sempre por que motivo ele também não podia ser misericordioso com os outros. Por esta via, o malogrado queria que os demais seguissem os seus passos.
Ele não era uma pessoa “que dizia uma coisa e fazia outra. (…) Era uma pessoa de grandes convicções. De forma muito clara serviu ao país. Mário esteve e está connosco, porque deixou a semente que plantou”.

“Vivemos dias em que o cristianismo é uma mera aparência (…). Mas para Mário não era” assim. Ele diria, se ainda estivesse vivo, que combateu um bom combate e acabou a carreira guardando a fé (em Cristo) que hoje permite que ele seja exaltado entre os homens.

 

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