Com o aproximar do arranque do campeonato nacional de futebol, o Moçambola 2020, as preocupações já começam a atormentar a direcção da liga moçambicana de Futebol, nomeadamente na questão do transporte aéreo para a viabilização da prova.
O presidente da Liga Moçambicana de Futebol, Ananias Couana, em entrevista ao Lance, referiu que já se está a trabalhar com a transportadora aérea para que a prova possa decorrer sem sobressaltos. “Estamos a trabalhar com muito cuidado com relação ao transporte aéreo, pois julgamos que é a componente de custos que precisamos ter muita cautela”, disse Couana para deixar claro que já se está a correr com o processo.
Em 2018 e 2019 o transporte aéreo foi o que mais gastos teve no orçamento do Campeonato Nacional, com mais de 50% do peso. No ano passado, por exemplo, de um total de 114.048.276,00 meticais (cento e catorze milhões, quarenta e oito mil e duzentos e setenta e seis Meticais) necessários para a viabilização do Moçambola, o transporte aéreo consumiu 55.745.520,00 meticais (cinquenta e cinco milhões, setecentos e quarenta e cinco mil e quinhentos e vinte Meticais), quase metade do orçamento.
E para que este ano possa ser diferente, a Liga moçambicana de Futebol já iniciou com as negociações. “Estamos a trabalhar com as Linhas Aéreas de Moçambique para finalizar esta componente, as negociações estão bem avançadas, acredito que nos próximos dias chegaremos a um acordo com a LAM”, disse Ananias Couana ao Lance.
Aliás, as negociações com as LAM é no sentido de reduzir os custos de transporte aéreo, tendo em conta outras preocupações financeiras que a LMF tem para a prossecução do Moçambola. E para que isso seja possível, Couana acredita que a redução do número de clubes participantes venha a reflectir-se na redução do orçamento da prova.
“Esse foi o objectivo principal aquando da tomada dessa decisão”, no caso concreto de reduzir para 14 equipas este ano, onde deverão descer mais cinco equipas e subirem as três vencedoras dos regionais, para que no próximo ano possamos ter um Moçambola mais “ideal” e menos oneroso, com apenas 12 equipas. Mas só a próxima Assembleia Geral da LMF, de princípio marcado para Março irá confirmar esta redução aprovada ano passado.
Lembre-se que em 2018 e 2019 o Campeonato nacional só aconteceu no país depois da intervenção do Presidente da República, Filipe Nyusi, facto que obrigou a redução do número de equipas participantes de 16 para 14 clubes.
Representantes do norte e centro ainda preocupam LMF
Mas não só a questão financeira preocupa a direcção da Liga Moçambicana de Futebol, em relação ao Moçambola 2020. O facto de ainda não estar claro quais, realmente, são os 14 clubes que vão disputar a prova é outra preocupação, nomeadamente no que diz respeito aos representantes das zonas centro e norte.
As dúvidas surgem na sequência dos processos ainda por decidir pelo Conselho Jurisdicional da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) em face às queixas apresentadas pelo Sporting de Nampula e Liga Desportiva de Sofala, respectivamente contra o Ferroviário de Lichinga e o Matchedje de Mocuba.
Ananias Couana, presidente da Liga Moçambicana de Futebol, disse estar céptico em relação a esses dois assuntos, mas vai se baseando nos comunicados que foram divulgados pela Federação Moçambicana de Futebol, ainda que do elenco passado, que colocam os “locomotivas” de Lichinga e os “militares” de Mocuba como representantes regionais no Moçambola 2020. “Temos a comunicação que indica os representantes da região norte e centro, mas estamos cientes de que corre um expediente que pode alterar estes dois destinos” disse Couana ao Lance, para depois acrescentar que “se houver alguma alteração junto da FMF estamos cientes que poderá ter um impacto no orçamento da prova, em função de uma eventual alteração vamos fazer o reajuste do orçamento, mas nesta altura estamos a trabalhar com a informação que nos foi facultada pela FMF que indica que Lichinga e Quelimane são dois pontos de escala do Moçambola 2020”.
O facto é que enquanto o Moçambola 2020 não inicia, a Liga Moçambicana de Futebol continua no terreno em negociações com potenciais patrocinadores.