Professores da Escola Secundária de Khongolote dizem que foram solicitados chefes de quarteirão e membros da OJM para controlar os exames finais, naquele recinto escolar. O director da escola, por sua vez, explica que foram indicados professores de outras escolas e algumas pessoas idôneas, em número reduzido, para controlar o processo.
Os professores da Escola Secundária de Khongolote não se fizeram as salas de aulas para controlar os exames finais, mas, com panfletos nas mãos reivindicavam o não pagamento das horas extraordinárias.
“Nós não estamos a controlar exames, porque estamos a reivindicar um direito, um direito adquirido. Acho que quando alguém trabalha, precisa ser remunerado. Já há dois anos que fazemos horas extras, aliás, há três anos, porque, desde 2022, estamos a fazer horas extras, mas nunca fomos remunerados”, disse Casimiro Nhanombe, professor daquela escola.
Os professores dizem que tentaram submeter um ofício à direção da escola, mas, até agora, não tiveram nenhuma resposta. “Não há nenhuma resposta, ninguém se pronunciou. Tivemos indicações, ontem, que o director distrital viria para falar connosco, mas, hoje, tivemos a informação que ele não se faria presente, sinal de que o professor não é nada para eles”, explicou o professor.
Os professores reclamam ainda o facto da direcção da escola, “coadjuvada por instâncias superiores”, ter ido buscar membros da comunidade, chefes de quarteirões e e alunos de classes sem exame para controlar os exames.
“Eu estou a perceber que vão ter que recorrer a essas pessoas para dar aulas, caso a nossa situação não seja resolvido, hão-de buscar a comunidade para resolver a situação”, acrescentou.
Os alunos dizem estar incomodados com a situação e juntaram-se também às reivindicações dos professores.
“Nós queremos que os professores sejam pagos, para que eles estejam na sala de exame. Nós estamos a ser controlados por encarregados de educação, pessoas do partido e chefes do quarteirão”, disse Nélsia Joaquim, aluna da escola.
O director da escola, por sua vez, reconhece que são legítimas as reivindicações dos professores, mas lamenta o facto de comprometer o processo de realização de exames.
“Nós temos 75 professores e não são todos que têm horas extras, mas estão lá pela causa, que é justa. Então, é isto que está a acontecer, os outros professores estão mesmo a par disto, porque é uma causa de todos”, disse Wilson Zimba, director da Escola Secundária de Khongolote.
Para não prejudicar a realização dos exames, o professor explica que foram solicitados professores de outras escolas, para controlarem os exames.
Quanto aos membros da comunidade, o director explicou: “Como os professores solicitados nas escolas circunvizinhas não foram suficientes, nós pedimos apoio do conselho de escola e ele indicou algumas pessoas idóneas, para fazer assistência aos exames, mas em número bem reduzido e em salas também controladas”.