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Estamos nos “quartos” do CHAN!

Foto: FMF

A selecção nacional de futebol, os Mambas, continua a fazer história na Argélia. Já vai na terceira maior história do futebol moçambicano, ao qualificar-se, pela primeira vez, aos quartos-de-final de uma fase final de uma competição continental de selecções, terminando na segunda posição do grupo A do CHAN da Argélia. O seu adversário na fase a eliminar será conhecido esta segunda-feira, quando se disputarem os jogos do grupo C

 Ode aos Mambas! Ode a Chiquinho Conde!

Fazer história não é todos os dias. Há sempre uma oportunidade que se cria para que a história seja feita. E a história dos Mambas está a ser feita na Argélia, nesta segunda oportunidade. Afinal, não foi preciso esperar pela terceira! À segunda e já estamos a escrever o nome de Moçambique e dos Mambas com letras douradas no mundo do futebol africano.

Mesmo com derrota na terceira jornada do grupo A da fase final do CHAN, diante da anfitriã Argélia, os Mambas festejaram a passagem aos quartos-de-final graças à vitória da Líbia, noutra partida do grupo, diante da Etiópia, por 3-1.

É que, com a derrota, em caso de vitória dos etíopes pelos mesmos números da vitória da Líbia, comprometia a passagem dos Mambas. Mas os líbios vingaram-se da derrota sofrida diante de Moçambique e não aceitaram sair sem nenhum ponto. E levaram os Mambas aos “quartos” do CHAN.

E o meio obreiro desta façanha é, sem dúvidas, o seleccionador nacional. Chiquinho Conde chegou, viu e está a vencer. O técnico, muito andado às fases finais dos Campeonatos Africanos das Nações, único moçambicano a disputar três CAN (1986, 1996 e 1998), vira agora a sua mística como seleccionador e faz história pelo país.

E a sua ambição não tem limites, tal como disse nas vésperas do jogo diante da Argélia, na interacção com o Presidente da República, Filipe Nyusi, quando disse que muito há ainda por se mostrar nesta participação no CHAN da Argélia. E continuamos a ver.

 

MUDAR SISTEMA TÁCTICO, MAS NÃO A GARRA

Na partida diante da Argélia, Chiquinho Conde fez algumas mudanças na equipa principal dos Mambas e até mudou o sistema táctico utilizado nos dois anteriores jogos.

Promoveu a entrada de Ivan Urrubal na baliza, no lugar de Victor; Nené esteve na equipa inicial, para fazer parelha a dupla do meio campo defensivo, composto por Amadou e Shaquile; Mexer também entrou de início no lugar do lesionado Infren para o lado direito da defensiva, bem como Melque, de início, para acompanhar os capitães Isac e Telinho, este último que recuperou a titularidade.

Em termos de posicionamento, Conde saiu do sistema 4x2x3x1 para um clássico 4x3x3, com Nené a ser o mais adiantado dos médios defensivos e Telinho e Melque a terem a responsabilidade de ir buscar o jogo para alimentar Isac.

O pensamento de Chiquinho Conde era claro: estancar as acções ofensivas dos argelinos, mas também baralhar o adversário que não sabia quem vigiar. Afinal, todos os intervenientes em campo já tinham feito algo vistoso nas duas primeiras jornadas.

Até certo ponto, em largo espaço de jogo, o pensamento de Chiquinho Conde foi conseguido. Até porque Argélia, mesmo diante do seu público, experimentou algumas (boas) dificuldades para se impor diante dos Mambas.

O golo madrugador, de bola parada, em que o central argelino, Dehiri, salta mais alto e solto na área, na cobrança de um pontapé de canto, acabou por ser das poucas falhas dos Mambas na partida.

Aliás, depois do golo da Argélia, aos sete minutos, os Mambas agigantaram-se e, em algum momento, esqueceram que defrontavam o anfitrião e foram mais vezes ao ataque à procura do golo do empate. Só mesmo a falta de sorte é que não permitiu o empate e outro galo a cantar no final da partida.

 

EQUIPA COESA E MAIS SOLTA EM CAMPO

À medida que o CHAN vai decorrendo, os Mambas vão-se entrosando ainda mais, vão criando mais equipa, mais união e vão ficando mais soltos em campo. Neste embate diante da Argélia já se via uma defensiva mais compacta, que não permitia veleidades, até porque já havia um homem chamado Nené, que sabia dar ordens lá atrás e impor a sua presença, com cortes rasgados e bem-sucedidos.

Os jogadores do meio campo também entrosaram bastante, o mesmo que dizer do grupo da frente, onde os três – Isac, Telinho e Melque – criavam algumas dificuldades para a defensiva argelina.

Mesmo depois das entradas de Danilo, Nelson, Dário e Lau King, para os lugares de Bhéu, Amadou, Shaquile e Telinho, a equipa não se curvou diante da Argélia e a derrota acabou por ser vendida a preço muito caro.

Chiquinho Conde ainda promoveu a entrada de Fazito para o lugar de Ivan, que se ressentiu de um toque numa disputa de bola. Por ora, somente Macaime e Yude ainda não foram utilizados, mas ficou a promessa de Chiquinho Conde de serem utilizados ainda nesta edição do CHAN.

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