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Empresariado do Estado vulnerabiliza economia nacional

Foto: O País

Há uma forte possibilidade de a moeda moçambicana perder valor ao longo dos próximos cinco anos. A informação é avançada pelo Ministério da Economia e Finanças que admite ainda que o sector empresarial do Estado é que torna a economia vulnerável a riscos.

O mais recente relatório do Ministério da Economia e Finanças sobre a execução do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado sublinha a forte possibilidade de queda do Metical e de aumento do nível geral de preços de bens e serviços nos próximos cinco anos.

“Relativamente aos riscos macro-económicos, são identificadas três fontes que poderão criar desvios orçamentais, caso se materializem, nomeadamente, o abrandamento do crescimento económico, a vulnerabilidade da taxa de câmbio e uma inflação acelerada, com a probabilidade de ocorrência de 42,9%, 71,4% e 42,9%, respectivamente, a médio e longo prazo”, refere o documento consultado pelo “O País”.

Para o Governo, o sector empresarial do Estado, que representa mais de 12 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), os fenómenos e desastres naturais é que tornam a economia nacional cada vez mais vulnerável a estes riscos.

De modo a evitar as referidas probabilidades, o Executivo criou políticas económicas que resultaram no aumento da produção nos principais sectores da actividade e disponibilizou um fundo para responder aos desafios do sector empresarial do Estado.

O relatório refere ainda que, no primeiro semestre deste ano, os desvios nas previsões fiscais se mantiveram acima dos previstos para os riscos de sustentabilidade fiscal.

Refira-se que o Banco de Moçambique decidiu, recentemente, manter a taxa de política monetária (MIMO) nos 15,25%. Para a instituição bancária, a decisão está alinhada com o objectivo de desacelerar a inflação para um dígito, no médio prazo, decorrente do abrandamento da procura externa e redução dos preços internacionais das mercadorias, num contexto de manutenção da estabilidade cambial.

De Janeiro a Junho do ano em curso, o Estado mobilizou mais de 178 mil milhões de Meticais, correspondente a 39% da previsão anual, tendo os recursos internos se situado em quase 50 por cento e os externos em 10 por cento do programado.   

Os donativos externos chegaram aos cinco mil milhões de Meticais, equivalentes a 6% da previsão anual e os créditos externos fixaram-se em mais cinco mil milhões de Meticais, correspondentes a pouco mais de 45% da previsão anual.

 

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