O jornal diário moçambicano “O País” faz esta sexta-feira, 21 de Maio, 16 anos. É um marco importante dado o espaço de referência que o diário conseguiu no cenário informativo nacional, contribuindo para que os cidadãos sejam mais informados e munidos de ferramentas para, eles próprios, contribuírem para uma sociedade mais aberta e participativa.
É um aniversário que se celebra num contexto de pandemia da Covid-19, que nem por isso relaxou o dever da comunicação social de informar, formar e educar nesta que é conhecida como a era de desinformação e fake news. Afinal, informar ao cidadão com verdade e transparência deve prevalecer sempre, e a isso bem se alinha o lema “A verdade como notícia!” que o jornal carrega.
Refiro-me a desafios editoriais: a adaptação da comunicação e dos conteúdos que são levados ao público leitor, entendendo e considerando as especificidades de informar sobre uma área temática complexa que é a saúde, mais concretamente sobre o coronavírus e a Covid-19. Por outro lado, falo do desafio da sustentabilidade, de manter uma publicação diária num contexto em que só o papel físico que veicula um jornal pode, em si, ser um elemento de risco na transmissão do vírus.
Sobre esses desafios, e outros mais, um aniversário é o momento adequado para uma reflexão a volta do percurso do jornal, o seu impacto sobre leitores diversificados nos seus interesses, sobre as diferentes áreas temáticas de reportagem e sobre o espaço que é dedicado a estes leitores para passarem as suas opiniões sobre o contexto moçambicano e não só.
A minha relação com o jornal, como leitor, é relativamente recente, mas saber do percurso anterior, como semanário, e ver hoje uma linha diária mais noticiosa e multi-plataforma sobre temas políticos, económicos e sociais, desporto, cultura e arena internacional, é algo por que felicitar aos mentores desta iniciativa multimédia. É, para nós, também um momento de agradecimento pelo espaço que muitas vezes o “O País” nos concedeu para abordarmos a acção da União Europeia e dos Estados Membros em Moçambique, na área da reconstrução pós-ciclones, promoção da paz, mudanças climáticas, resposta à Covid-19, entre outros âmbitos da cooperação para o desenvolvimento e interação com diversos actores nacionais.
Saúdo a aposta da equipa do “O País”, desde o grupo directivo aos jovens que, dos corredores das instituições, das ruas e das redacções, trazem ao grande público conteúdos noticiosos sobre este vasto país. Essa aposta é uma grande contribuição não só para a liberdade de imprensa, mas também para o aprofundamento da democracia em Moçambique. Uma imprensa livre significa um país livre.
O cometimento e a responsabilidade assumidos devem continuar, com “O País” a renovar o seu compromisso perante os leitores e até com os anunciantes, a reinventar-se e readaptar-se enquanto diário, sem deixar ninguém para atrás no que ao acesso à informação diz respeito.