Elvino Dias, assessor jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário nacional do PODEMOS, foram assassinados a tiros, na noite de sexta-feira, na cidade de Maputo, por indivíduos desconhecidos. A informação foi confirmada pela Polícia da República de Moçambique (PRM) e pelas famílias das vítimas.
O crime aconteceu no bairro da Coop, arredores da capital do país. Testemunhas contaram que Elvino Dias estava no mercado 4 de Outubro, conhecido como Pulmão da Malhangalene, onde estava num momento informal. Quando saía do local, na companhia do mandatário do partido PODEMOS, Paulo Guambe, e uma mulher que estava sentada no banco de trás do carro, a viatura na qual seguiam viagem foi interceptada por outras duas que bloquearam a continuação da marcha.
De uma das viaturas, segundo contam testemunhas, saíram dois indivíduos, que depois de um breve momento de conversa, dispararam uma “chuva de balas” contra a viatura de Elvino Dias, resultando na morte do advogado e do mandatário do PODEMOS.
O Hospital Central de Maputo confirmou que os corpos deram entrada ao hospital, por volta das duas horas de hoje, crivados de bala, mas não especificou o número certo de balas que perfuraram e mataram Elvino Dias e Paulo Guambe. O HCM também confirmou a entrada de uma cidadã vítima de baleamento, por volta das 23 horas.
“Por volta das 23 horas de ontem, deu entrada uma paciente de 24 anos, que apresentava lesões sugestivas de ferimento por arma de fogo. A paciente foi observada pelos colegas e estabilizada”, Isaías Ramissesse, médico do Banco de Socorro do HCM.
OAM DIZ QUE NÃO SE PODE DISSOCIAR A MORTE DE ELVINO DIAS DE SUA PROFISSÃO
Reagindo a morte de Elvino Dias, a Ordem dos Advogados garantiu que vai continuar a acompanhar todos os passos da investigação do assassinato e acrescentou que não é o momento para que as pessoas recuem.
“Neste momento, apelamos, naturalmente, que não é o momento de nos acovardamos, mas, muito pelo contrário, é o momento de defendermos os princípios fundamentais do Estado de Direito Democrático”, disse Carlos Martins, bastonário da Ordem dos Advogados.
Carlos Martins disse ainda que é “difícil dissociar a profissão de Edelvino Dias da morte”, mas é preciso que se espere as apurações que vão resultar das investigações.