O País – A verdade como notícia

Programa televisivo de informação e debate sobre temas da economia nacional e internacional abre uma nova temporada já na próxima terça-feira. Pretende-se disponibilizar mais uma opção de conteúdo na grelha dos dois canais de televisão.

É já na próxima terça-feira, dia 06 de Março, que estreia o mais novo programa de economia, na grelha da STV e STV Notícias, numa parceira entre o Semanário Económico e o Grupo SOICO.

A mais nova proposta de conteúdos especializados, a ser disponibilizada para a audiência dos dois canais de televisão, carregada o nome de Semanário Económico e sua nova temporada foi lançada ontem na Cidade de Maputo, perante economistas e homens de negócios.

“O Semanário Económico é um produto económico que vai trazer conteúdos profundos, várias leituras sobre as dinámicas do mercado e garantir que esses conteúdos económicos tenham uma linguagem mais acessível e haja uma compreensão clara de tudo que mexe connosco”, explicou Olívia Massango, Directora de Informação do Grupo SOICO, detalhando que “falar de economia é falar do dia-a-dia da nossa vida. A economia é o nosso quotidiano e uma ciência social que está a volta das dinámicas de todos nós enquanto actores sociais”.

João Carlos, editor do Semanário Económico e do Jornal Oeconómico assegurou, na ocasião, de tudo fazer para garantir que a nova temporada seja ainda melhor que as edições passadas e explicou que o programa “é uma solução de informação para o mercado, um apoio aos agentes económicos e incentivo em tempos tão difíceis e não só”.

Para Carlos, é preciso que todos os actores económicos tenham noção “do valor da informação para que a economia tenha a devida engrenagem. O nosso papel é esse de sermos esta camara de transação de informações sobre como é que a nossa economia está a comportar-se”.

Na sua nova temporada, o Semanário Económico vem também como novos conteúdos. Mensalmente, por exemplo, serão apresentados resultados sobre a “saúde” dos factores importantes para que os homens de negócios tomem as suas decisões de investimento. O espaço chamar-se-á Indicador de Ciclo de Negócios e estará sob responsabilidade do economista Roberto Tibana. “Este indicador vai ser importante para o sector privado. Por exemplo, ele vai fazer a leitura do momento que a economia vive. Se você tem a pretensão de pedir um crédito, vai saber quais são as projecções do Banco Central. Você tem que saber em que estagio está a economia, no ciclo económico, para saber quais vão ser as suas possibilidades”.

Outra novidade será o CEO Insights, um espaço de troca de experiências e debate entre gestores empresárias, sobre vários temas de interesse económico e social. O mesmo foi apresentado pelo banqueiro João Figueredo, que chamou atenção ao facto de precisarmos “de espaços em que o conhecimento e a experiência individual contribuam, de forma sustentável, para superar os desafios que temos estado a enfrentar de um tempo a esta parte”.

O Seminário Económico vai ser exibido todas as terças-feiras as 22h00 na STV Notícias e quartas as 12h na STV.

O gráfico da inflação observa uma queda desde finais do ano passado. A tendência manteve-se no início de 2024 visto que no primeiro mês do ano, a subida generalizada de preços situou-se em 4,19%. Entretanto, o economista Dimas Sinoia alerta para a necessidade de prudência na política fiscal para não colocar em causa os ganhos alcançados e adverte que o terrorismo e a realização de eleições configuram grandes riscos para a estabilidade de preços.

As últimas estatísticas sobre a inflação, apontam para uma queda na subida generalizada do preço comparativamente a igual período do ano anterior. No primeiro mês do ano (Janeiro), a subida generalizada de preços foi de 4,19%. Entretanto, para o economista Dimas Sinoia, a queda da inflação e sua manutenção abaixo de dois dígitos não é o suficiente para estimular a economia, a olhar para a manutenção da taxa de reservas obrigatórias que “sufocam os bancos comerciais”.

O Economista explica que “ainda que o Banco de Moçambique prossiga com a redução da taxa MIMO, não vai impactar directamente nas concessões de empréstimos, porque, se olharmos para o que está acontecer, os bancos comerciais não têm falta de liquidez, mas não tem preferência de ceder este financiamento para famílias e empresas, optando por bilhetes de tesouro”.

A esta equação, o economista soma outros factores tais como a estabilidade de preços no panorama internacional, cuja oscilação pode impactar directa ou indiretamente a economia. E no contexto interno, aponta factores que podem impactar de forma mais agravante, por exemplo, a instabilidade militar que afecta o norte do país como um dos elevados riscos que ameaçam a inflação.

Fora estes aspectos, a conjuntura orçamental evidencia que há elevadas despesas a serem realizadas pelo Estado este ano, com destaque para as eleições que vão custar cerca de 19 mil milhões de meticais, para além da contínua pressão resultante da reforma salarial.

“Este é um risco elevado para a inflação. Se observarmos, a inflação de janeiro foi de cerca de 4%, mas com perspectivas de que até finais do ano, atinja cerca de 6%, e estes factores podem estar entre os que podem trazer mudanças no nível dos preços”, acrescentou.

De acordo com a nota de imprensa divulgada na semana finda pelo Instituto Nacional de Estatísticas, a redução da inflação anual é explicada, fundamentalmente, pelo comportamento favorável dos preços dos serviços de Educação e de Saúde, comparativamente a igual período do ano anterior.

Os dados indicam que as divisões de Educação e de Alimentação e bebidas não alcoólicas, foram as que tiveram maior subida de preços ao variarem com 13,85%, 7,05%, respectivamente.

A subida do nível geral de preços foi registada em todos os centros de recolha, com maior destaque para a Cidade de Quelimane, seguida das Cidades da Beira, Chimoio, Maputo, Província de Inhambane, das cidades de Nampula, de Xai-Xai, Tete.

Comparado ao mês anterior, a variação foi de 0,93%. Nesta comparação, “as divisões de alimentação, bebidas não alcoólicas, restaurantes, hotéis, cafés, e similares foram as de maior destaque, ao contribuírem no total da variação mensal com cerca de 0,65 e 0,17 pontos percentuais (pp) positivos”.

Dos produtos que se tornaram mais caros para os consumidores, o destaque vai para a subida de preços do tomate (17,5%), de refeições completas em restaurantes (3,1%), do peixe seco (7,4%), da couve (10,3%), do açúcar castanho (9,7%), do óleo alimentar (2,5%) e da alface (17,3%).

A actividade económica global continua a enfrentar obstáculos significativos, devido a políticas monetárias restritivas, condições financeiras apertadas e um crescimento fraco do comércio mundial, desempenhando um papel crucial nesse cenário desafiador. As perspectivas do Banco Mundial variam consideravelmente entre diferentes regiões.

O cenário económico global continua a enfrentar desafios significativos, de acordo com o Banco Mundial. Em relatório, a instituição financeira avança que, embora as perspectivas a curto prazo mostrem uma divergência entre diferentes regiões, há preocupações sobre o impacto a longo prazo dessas tendências.

Segundo análises, é projectado que o crescimento das economias avançadas, em conjunto com a China, desacelere em 2024, atingindo um ritmo mais próximo da média registada entre 2010 e 2019. Enquanto isso, espera-se que o crescimento agregado permaneça estável nos Países em Desenvolvimento com Economias Emergentes (EMDE) que possuem classificações de crédito sólidas, mantendo-se próximo das taxas médias pré-pandémicas.

No entanto, para os EMDE com classificações de crédito mais baixas, as perspectivas continuam incertas, com altos custos de dívida e financiamento, além de desafios como conflitos.

“Embora se preveja também que o crescimento global se espere também que o crescimento global se firme um pouco em relação ao seu mínimo de 2023 nos EMDE com notações de crédito fracas, as perspectivas para muitos desses países continuam precárias, dados os elevados custos da dívida e do financiamento, bem como de factores adversos idiossincráticos, como os conflitos”, refere o Banco Mundial.

Embora tenha havido uma diminuição na inflação global e na inflação subjacente desde os picos de 2022, a inflação permanece acima das metas em muitas economias avançadas e cerca de metade dos EMDE que têm como alvo a inflação. Prevê-se que a inflação mundial permaneça acima dos níveis de 2015-19 para além de 2024.

O crescimento do comércio mundial em 2023 foi o mais lento fora dos períodos de recessão global nos últimos 50 anos, reflectindo uma contração no comércio de mercadorias em meio a uma produção industrial global enfraquecida. Embora haja expectativas de aumento no crescimento do comércio global para 2024, atingindo 2,3%, isso ainda representa uma recuperação modesta, especialmente considerando que a recuperação projectada para o período de 2021 a 2024 é a mais fraca após uma recessão global em décadas.

“O comércio de serviços continuou a recuperar dos efeitos da pandemia, mas a um ritmo mais lento do que o anteriormente previsto. Prevê-se que o crescimento do comércio mundial global aumente para 2,3 por cento em 2024, reflectindo em parte uma recuperação da procura de bens e, de um modo mais geral, do comércio das economias avançadas. A continuação do recente aumento da utilização de políticas comerciais restritivas poderá resultar numa maior fragmentação de  cadeias de abastecimento mais fragmentadas e um crescimento do comércio mais lento do que o projectado na base de referência”, avança a instituição financeira.

Além dos desafios económicos, recentes ataques a navios comerciais no Mar Vermelho já estão a causar perturbações nas principais rotas marítimas, reduzindo a capacidade das redes de abastecimento e aumentando as pressões inflacionárias.

“A maioria dos preços das matérias-primas enfraqueceu em graus variáveis a par de uma oferta robusta e de uma procura moderada; no entanto permanecem acima dos níveis pré-pandémicos. O recente conflito no Médio Oriente teve, até à data, apenas um impacto moderado nos preços dos produtos de base”, afirma o BM.

Enquanto os preços das commodities têm sido variáveis, permanecendo acima dos níveis pré-pandémicos, o recente conflito no Oriente Médio teve um impacto moderado nos preços das commodities até o momento. Prevê-se que os preços do petróleo em 2024 diminuam para cerca de 81 dólares por barril, devido à oferta adequada e ao abrandamento da atividade global.

Apesar da recente volatilidade desencadeada principalmente pelo conflito e pelas hostilidades em curso, prevê-se que os preços médios do petróleo em 2024 desçam para 81 dólares por barril em 2024, tendo em conta a oferta adequada de petróleo, bem como o abrandamento da actividade mundial e a continuação da desaceleração da economia chinesa.

Ademais, segundo reporta o Banco Mundial, os preços dos metais caíram 10 por cento em 2023, devido à fraca procura das principais economias – nomeadamente a China, que representa mais de 60% do consumo mundial de metais, no meio de uma prolongada  fraqueza no sector imobiliário do país.

“Os preços dos metais devem cair novamente, uma vez que o crescimento mais lento na China procura de metais. Os preços dos géneros alimentícios, em especial os dos cereais, caíram 9 por cento em 2023”, revela o Banco Mundial.

Nos Estados Unidos, espera-se que o crescimento diminua para 1,6% em 2024, com a diminuição da poupança e taxas de juros ainda elevadas. A escassez de mão de obra e incertezas económicas e políticas também devem afectar o investimento empresarial.

Na zona euro, prevê-se que o crescimento em 2024 se estabilize em 0,7%, com efeitos contínuos da política monetária restritiva e uma recuperação lenta do investimento empresarial. Espera-se que o crescimento aumente para 1,6% em 2025, apoiado pelo aumento do investimento público.

A Associação Moçambicana de Bancos “alinha” com a decisão do Banco de Moçambique e anuncia que está em vigor a partir de 1 de Março a nova taxa única de referência para as operações de crédito nos bancos comerciais.

Há “alinhamento” entre os bancos comerciais e o Banco de Moçambique sobre o custo do dinheiro. Quase um mês depois da decisão do Banco Central de baixar a Taxa de MIMO de 17,25 para 16,90%, os bancos comerciais anunciaram, há dias, a entrada em vigor a partir de hoje, 01 de Março, de uma nova Prime Rate do Sistema Financeiro Moçambicano situada em 16.90%. Trata-se de quase a mesma magnitude de redução feita pelo regulador do sistema financeiro. O alívio do BdM foi de 35 pontos base, enquanto o alívio dos bancos comerciais foi de 40 pontos base. A actual prime rate é de 23,10% contra 23,50% que esteve em implementação no mercado durante o mês de Fevereiro.

A mais recente revisão em baixa da Taxa de Juro de referência pelo Banco de Moçambique foi justificada pelo facto de se estar a “registar uma redução da inflação, esforço da consolidação fiscal, menor severidade dos eventos climáticos extremos e o fraco impacto dos conflitos geopolíticos sobre os preços das mercadorias no mercado internacional”. O governador do BdM, Rogério Zandamela, referiu na altura que a decisão também era sustentada por uma perspectiva de manutenção da inflação em um dígito, num período de entre 24 a 36 meses (dois a três anos).

A Prime Rate, agora de 23,10%, é a taxa única de referência que os bancos comerciais usam nas operações de crédito de taxa de juro variável e resulta da soma do Indexante Único (calculado pelo Banco Central) e do Prémio de Custo (calculado pela Associação Moçambicana de Bancos). A mesma incide sobre novos contratos, renovações e renegociações de empréstimos entre as instituições de crédito e sociedades financeiras e os seus clientes.

A ela adiciona-se uma margem, denominada spread, que é normalmente adicionada ou subtraída à Prime Rate, mediante a análise de risco de cada categoria de crédito ou operação em concreto. Isto é da responsabilidade de cada banco comercial. 

Isto quer dizer que um particular que queira contrair um empréstimo para habitação, à Prime Rate de 23,10% deve-se ser adicionado um spread que varia de dois a seis por cento nos 14 bancos comerciais com os quais o nosso sistema financeiro conta. Já se a pretensão for de um empréstimo para consumo, aos 23,10% devem ser adicionados spreads que variam de três a 12 por cento. 

África domina a lista das 20 economias com o crescimento mais rápido do mundo em 2024. A conclusão é do relatório Desempenho e Perspectivas Macroeconómicas Africanas do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), recentemente lançado, que aponta estabilização e consolidação orçamental.

O relatório prevê um crescimento mais forte para África em 2024, ultrapassando a média mundial projectada.

No bloco das 20 mais promissoras, 11 são países africanos que deverão registar um forte desempenho económico exponencial. O Níger é dos que mais vai crescer, podendo atingir 11,2%, de acordo com as previsões.

Em segundo lugar, o Senegal, onde se espera a actividade económica cresça 8,2% este ano, enquanto a Líbia e o Ruanda vão atingir o máximo de 7,2%, de acordo com  a previsão.

Já a Costa do Marfim, Etiópia, Benim, Tanzânia , Togo e Uganda, tem o seu crescimento em torno dos 6%.

De acordo com o documento de cerca de 200 páginas, este ritmo de crescimento faz com que a região registe o crescimento mais rápido no mundo, a seguir à Ásia.

“Globalmente, o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do continente deverá atingir uma média de 3,8% e 4,2% em 2024 e 2025, respectivamente. Este valor é superior às médias globais previstas de 2,9% e 3,2%”, escreve.

É notável que 11 países mais promissores são, na sua maioria, ricos em recursos minerais, pelo que parte do crescimento a ser registado, será devido a este factor. A estabilização também se deve às medidas de consolidação orçamental, especialmente em países com riscos elevados de sobre-endividamento.

Aliás, o BAD afirma que crescimento nas economias africanas com melhor desempenho beneficiou-se de uma série de factores, incluindo a diminuição da dependência das matérias-primas, através da diversificação económica, o aumento do investimento estratégico em sectores-chave de crescimento e o aumento do consumo público e privado, bem como a evolução positiva nos principais mercados de exportação.

“A melhoria dos valores de crescimento para 2024 reflecte os esforços concertados dos decisores políticos do continente para impulsionar estratégias de diversificação económica centradas no aumento do investimento em sectores-chave de crescimento, bem como a implementação de políticas internas destinadas a consolidar as posições fiscais e a inverter o aumento do custo de vida e a impulsionar o consumo privado”, apontou.

Entretanto, o BAD alerta que as posições orçamentais do continente africano, dominadas por défice, continuarão a ser vulneráveis aos choques globais.

Segundo a publicação bianual, a África Oriental continuará a liderar a dinâmica de crescimento de África, prevendo-se que o crescimento aumente para 5,1% em 2024 e 5,7% em 2025, apoiado por fortes investimentos estratégicos para melhorar a conectividade interna e aprofundar o comércio intrarregional.

Já no norte de África, “as sucessivas condições meteorológicas adversas e os desafios macroeconómicos manterão o crescimento da região estável em 3,9% em 2024, com uma ligeira melhoria para 4,1% em 2025”.

Por outro lado, na região da África Austral o crescimento manter-se-á lento, 2,2% e 2,6% em 2024 e 2025, respectivamente. Esta situação reflecte a persistente fraqueza económica na África do Sul, a maior economia da região.

A questão que não quer calar diante do optimismo é se este crescimento isolado das nações terá impacto a nível regional e continental?

O vice-presidente comissário para o Desenvolvimento Económico, Comércio, Turismo, Indústria e Minerais da Comissão da União Africana, Albert Muchanga, que falava no lançamento do relatório, em Adis Abeba, advertiu que o futuro de África assenta na integração económica.

“As nossas pequenas economias não são competitivas no mercado mundial. Um mercado de comércio interno africano saudável pode garantir o valor acrescentado e a produção intra-africana de produtos manufaturados”, disse Muchanga.

Na esteira de Análise dos dados, o programa O O País Económico da STV ouviu o Economista Mukhtar Carimo, que entende haver um paradoxo na medida em que os países citados são alguns dos mais pobres de África, um pensamento que deságua na ideia que de o crescimento do PIB pode não significar desenvolvimento das nações. 

Mukhar, entende que, por exemplo, Moçambique, que tem sido um modelo a seguir quanto ao crescimento do PIB, mas que “o crescimento do PIB não está se reflectir no benefício da sua população”.

Portanto, os números podem dizer o que nós quisermos, 10%, 15% ou 20% do PIB. Mas o crescimento deve reflectir-se na qualidade de vida das populações, segundo o economista. 

Para o interlocutor, o caso da nações como Níger, a estratégia para ver o crescimento económico reflectir-se no benefício das população passa por revisitar o modelo de negociação dos contratos de exploração de recursos minerais, o modelo de gestão de dívida pública, porque “se repararmos, estes países estão muito endividados, e esse compromisso para com o doadores afectam essas economias e tudo que o país encaixa serve para pagar dívidas e despesas de funcionamento”.

Mukhtar recomenda as nações a buscarem modelos económicos mais eficazes para o crescimento se traduzir em independência financeira.

“Ha bons modelos a nível mundial que deveriam ser estudados para podermos copiá-los. Falo, por exemplo, dos países do Golfo. Qatar e Emirados Árabes Unidos, países que não têm dívidas. Estes países dependiam muito do petróleo, mas a partir disso diversificaram suas economias, porque sabiam  que se dependesse só de petróleo, o país morria”, argumentou.

Assim, o economista ista Moçambique a pegar neste mesmo modelo e replicá-lo. Moçambique é hoje detentor de grandes quantidades de gás natural, mas daqui a 30 anos teremos outras economias a oferecer o mesmo e podemos deixar de ser opção. Por isso, temos de pensar em como alavancar a economia nos próximos 20 a 30 anos”, disse a finalizar.

Refira-se que as previsões e recomendações do BAD serão apresentadas aos chefes de Estado africanos e serão úteis para a União Africana quando apresentar as suas propostas ao G20 – uma reunião de muitas das maiores economias do mundo, à qual a União Africana foi admitida no ano passado.

Destaque 1: “As nossas pequenas economias não são competitivas no mercado mundial. Um mercado de comércio interno africano saudável pode garantir o valor acrescentado e a produção intra-africana de produtos manufacturados”

Destaque 2: “Os números podem dizer o que nós quisermos, 10%, 15% ou 20% do PIB, mas o crescimento deve reflectir-se na qualidade de vida das populações”.

João Carlos Pó Jorge já não é director-geral das Linhas Aéreas de Moçambique. Para o cargo, foi nomeado Theunis Crous, director-executivo da consultora sul-africana Fly Modern Ark. A informação foi avançada  através de um comunicado de imprensa da companhia aérea moçambicana.

Theunis Crous exercerá a função até ao dia 30 de Abril do presente ano, altura em que será decidida a relação com a Fly Modern Ark.

Afinal, desde Janeiro do ano 2023 que as Linhas Aéreas de Moçambique estão a ser investigadas pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção. As acusações feitas há duas semanas pela Fly Modern Ark fizeram com que o Ministério Público abrisse um segundo processo para investigar os casos de corrupção na companhia de bandeira.

O barulho das Linhas aéreas de Moçambique parece, ainda ,estar longe do fim…

Há novos desenvolvimentos e um outro actor entra em cena: o Gabinete Central de Combate à Corrupção que diz estar a investigar as acusações feitas à empresa pela Fly Modern Ark, nas quais a companhia de bandeira tem usado POS de terceiros durante compra de passagens aéreas como também a subfacturação na aquisição de combustíveis no voo Maputo-Lisboa.

Num documento a que o O País teve acesso, o Gabinete Central de Combate à Corrupção diz que “No dever do ofício o GCCC autou imediatamente o processo nº 21/P/GCCC/2024, com vista ao esclarecimento da verdade material.

“À este processo, foi junta a participação remetida pela empresa no seu dever de colaboração com a justiça, assim como, a que foi remetida a Procuradora da República da Cidade de Maputo, por ser incompentete em razão da matéria”.

Mas afinal este não é a primeira investigação feita a gestão da empresa. em Janeiro de 2023 o Ministério Público instaurou um processo para investigar a gestão da frota, no que concerne a venda de aeronaves, o seu aluguer e endividamento da companhia para aquisição de novo equipamento, como também operações de manutenção, os processos de contratação de fornecedores, legitimidade da facturação paga e a venda de activos sociais da companhia, ou seja, já são dois os processos abertos para investigar a empresa.

Segundo o Gabinete Central de Combate à Corrupção “No âmbito do processo nº 06/11/P/GCCC/2023, foi recolhida na LAM e noutras instituições abundante documentação relacionada com os factos que ainda está a merecer o devido tratamento. Igualmente , no mesmo processo, estão sendo inquiridas diversas entidades desta empresa e de outras instituições para o esclarecimento dos factos”, lê-se no documento

O Ministério Público diz ainda que em Julho do ano passado, 2023, entre outras diligências, solicitou à Inspeção-Geral de Finanças e à Inspeção-Geral de Administração Pública a realização de auditorias às contas de gerência da LAM, mas ainda aguarda pelos relatórios.

O Governo e a Concessionária do Porto de Maputo (MPDC) assinaram ontem a adenda de extensão de concessão por mais 25 anos, isto é, até 2058. Segundo as partes, além de investimentos em infra-estruturas haverá atenção à componente social.

O Porto de Maputo foi concessionado ao MPDC em 2003 e o contrato termina em 2025. Nesta sexta-feira, foi assinado a extensão da concessão para mais 25 anos, que vai terminar a 13 de Abril de 2058. Além de ampliação , modernização e aumento de capacidade de armazenamento, o porto quer ser referência regional e com enfoque na componente social.

“Continuaremos a fazer investimento no capital humano, equipamentos e sistemas. Como parte de adenda o Governo negociou com MPDC uma série de investimentos sociais em projectos estruturantes que poderão contribuir para melhoria da qualidade de vida dos residentes da cidade de Maputo e do ecossistema do que o parto de maputo faz parte”.

E o governo destaca alguns dos benefícios directos para economia nacional, incluindo mais de 8 mil milhões de dólares em rendas, dividendos e impostos diretos.

“Estes investimentos serão executados nos primeiros dez anos e neles se incluem a construção da ponte de acostagem da ponte de Ka Nhaka, projecto que já iniciou, foi recentemente lançado, que vai melhorar a conectividade da Ilha, facilitando o transporte de mercadoria e provendo o desenvolvimento econômico local bem assim garantir uma infraestrutura segura e confiável para o movimento de cargas e passageiros, aquisição de segunda embarcação de passageiros de e para Ka Nhaca” explicou Amilton Alissone Vice-Ministro dos transportes e comunicações.

No mesmo evento foi apresentado o livro que retrata a história dos 120 anos do porto de Maputo da autoria do escritor Nelson Saúte.

CFM está a investir 68,4 milhões de dólares americanos para a aquisição de 10 locomotivas e 420 vagões. Os meios ferroviários serão usados para o transporte de carga, na linha Maputo-Ressano Garcia.

Devido à crescente demanda do transporte de carga na linha Maputo-Ressano Garcia, a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique anunciou novos investimentos.

O PCA dos CFM, Agostinho Langa Júnior, explica que tal procura é dos países como a África do Sul, Eswatini, Zimbabwe, Malawi e Zâmbia, daí os investimentos em curso.

“Ainda no mesmo âmbito, estamos a adquirir material circulante para Linha de Ressano Garcia que consiste em 10 Locomotivas e 420 vagões, dos quais 300 são de bordas altas, para o transporte de minerais e 120 tanktainers, para combustíveis, num custo total de USD 68,4 Milhões”.

De acordo com Agostinho Langa Júnior, no último quinquénio foram investidos 910,3 milhões de dólares na modernização do sector ferroportuário do país.

“É por isso que, no cumprimento do seu papel de dinamização do sector para torná-lo moderno, eficiente, competitivo e orientado ao mercado, o CFM investiu, nos últimos 5 anos, mais de USD 910,3 milhões, em infraestruturas e equipamentos, em alinhamento com o desenvolvimento dos Portos de Maputo, Beira, Nacala e Pemba, destacando-se o Porto de Nacala; as Linhas de Machipanda; Sena e Ressano Garcia e diversos equipamentos ferro-portuários”.

Os CFM são os maiores accionistas do Porto de Maputo com 49%.

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