O País – A verdade como notícia

E AGORA…

 

Abrem-se-me fendas na retina

Lâminas em jihad sangrando a dor

Cravada no ventre até ao cabo

– É o meu destino no vasto Moçambique?

 

Rasgo sulcos no mar da esperança

Ondas sem norte meus rebentos engolem

Se quero alguma ajuda em suplício?

– Apenas paz que se apaga no luzir dos rubis

 

Na mesma retina

Rasgado de valas e corpos às moscas

Santa a guerra que sangra essa dor?

Outro punhal cravado no ventre até ao cabo

Um legado de angústias em brasa

Rememora alegrias decepadas

No coração da noite

 

E satânicas sinfonias em jihad

Disparam divinas incertezas

Muidumbe, Quissanga e Macomia às costas

– O trilhar de outros caminhos para a liberdade?

 

Fecundo na palma a semente da esperança

Dormente em Mocimboa

Sob estandartes de endiabrados versículos

-Oh GOD, who is the DOG?”

 

Também sou Moçambique!

Na pobre-riqueza das minhas entranhas

Fermenta a embriaguez dos homens

Lascivos ante o Sol de Junho

Oh pátria minha, o teu dormir é letargo

– Ouça novamente a voz: “Surge et ambula!”

 

 

 

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