Pouco mais de 12 mil pessoas foram afectadas pela chuva, em consequência da inundação de duas mil e quatrocentas casas, na Cidade de Maputo, na passada época chuvosa (2021-2022), que este ano se prolongou até ao mês de Abril.
Os dados apresentados, esta quarta-feira, pela vereadora de Saúde e Acção Social do Município de Maputo, Alice de Abreu, retratam um problema recorrente, em todas as épocas chuvosas, em vários bairros da capital do país, onde sempre que chove estradas, casas e machambas ficam inundadas e famílias desalojadas.
Conforme explicou, por conta da situação, foi elaborado um plano de contingência para assistir às vítimas desses eventos climáticos extremos.
“Dentro deste plano, o Conselho Municipal de Maputo garantiu assistência a famílias, através de um apoio alimentar a um total de 1187 famílias, apoio em 66 kits de material de construção e 357 kits de protecção”, mencionou.
A vereadora avançou ainda que, durante a época chuvosa, foram distribuídas um total de 27 mil máscaras para a prevenção da COVID-19 e foram realizadas actividades, como palestras para a prevenção e mitigação de eventos extremos em 38 bairros, tendo abrangido 2283 munícipes.
Uma vez que o Município de Maputo conhece e “bem” o problema que advém sempre que chove, decidiu, esta quarta-feira, realizar o primeiro seminário municipal de desenvolvimento de acções para redução de riscos e desastres.
Dos debates, várias soluções foram apresentadas, e o edil de Maputo, Eneas Comiche, destacou algumas.
“Já há muito tempo, devíamos ter investigado os materiais de construção mais adequados para as nossas condições climáticas e que existam no nosso país, que eu saiba até agora não conseguimos efectivar isso, continuamos a usar materiais importados”, apontou, exemplificando que, nalgumas províncias afectadas pele ciclone Gombe, algumas infra-estruturas “precárias” resistiram por conta do material usado, em detrimento das infra-estruturas “de grande imponência” derrubadas pelo ciclone.
Outra solução apontada por Comiche foi a necessidade de o Município de Maputo trabalhar em coordenação com os chefes de quarteirão, secretários de bairro e chefes de 10 casas para proibirem a construção em locais não autorizados.
No seminário, estiveram presentes, para além de quadros do Município de Maputo, organizações não-governamentais que actuam na área do ambiente e o Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres.