O País – A verdade como notícia

Dom João Carlos é oficialmente próximo Arcebispo de Maputo

Dom João Carlos Hatoa Nunes será o substituto de Dom Francisco Chimoio, no cargo de Arcebispo de Maputo. O sucessor de Francisco Chimoio tomou posse este domingo e passa a carregar o título de Arcebispo Coadjutor de Maputo.

Na manhã deste domingo, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, ouvia-se cantar Glória a Deus nas alturas e cânticos de agradecimento pela bondade do Senhor, não era para menos, a igreja estava em festa e,era missa que oficializava o cargo que João Carlos passa a ocupar.

A Sé Catedral ficou pequena diante de centenas de crentes e personalidades que queriam acompanhar a cerimónia de empossamento.

João Nunes trabalhou por quase toda vida na Arquidiocese de Maputo, mas, nos últimos seis anos, foi Bispo de Chimoio. Os crentes descreveram-no como o Bom Pastor. O representante, Padre José Moisés, disse que o trabalho de João Nunes na evangelização foi caracterizado pela simplicidade e proximidade com o povo de Deus.

De volta à capital do país, os que já o conhecem davam-lhes boas-vindas, na esperança de que o seu trabalho seja bem-feito, uma vez que conhece e bem a arquidiocese onde vai trabalhar.

“Acreditamos que será aquele pastor que, com esmero, zelo, paternal bondade e misericórdia, servirá de pastor de todos os párocos. Auguramos que, com a vossa sabedoria, possa conduzir esta porção do povo de Deus ao seu criador no cumprimento dos mandamentos e das diversas disposições da igreja”, desejou o padre Alberto Buque.

A ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida, também esteve lá e desafiou o empossado a imprimir mais dinâmica no resgate dos valores éticos-morais da sociedade, que culminem com a protecção da dignidade humana, cultura de paz, harmonia e bem-estar espiritual e material dos moçambicanos.

“A nomeação da Vossa Graça acontece numa época em que Moçambique e o mundo, em geral, clamam por mensageiros da esperança, que possam dizer a verdade com amor, lançando a luz da fé sobre a escuridão da vida das pessoas”, disse Kida, acrescentando que o arcebispo deve dar o seu melhor para que haja mais harmonia entre os crentes e todos os moçambicanos.

Outro desafio colocado pela governante é o de implementar maior dinamismo à arquidiocese, para que possa responder melhor à complexidade do ministério e da igreja.

“Caro arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Maputo, nos últimos tempos, o mundo tem estado a evoluir bastante, tanto na organização social, quanto na capacidade técnica, mas, no campo espiritual, moral e ético, a situação é deveras sombria, se olharmos para o nível de degradação dos valores morais das nossas sociedades modernas, por isso a missão salvadora da igreja revela-se urgente e incontornável nos dias actuais, para resgatará o que há e mais valioso no ser humano”, orientou.

Olhar com mais atenção para os pobres e carenciados foi outro desafio dado.

Missão dada é, para João Nunes, missão cumprida. Ele que começou o seu discurso cantando e louvando a Deus pela bondade e pela oportunidade de servir, como diz o seu lema episcopal “No meio de vós como aquele que serve”.

Segundo o Arcebispo Coadjutor de Maputo, nesta nova caminhada, “ele abraça” os desafios colocados, pois é sua missão evangelizar todas as pessoas, sobretudo as mais pobres e necessitadas. Nesta caminhada, João Carlos disse que vai guiar-se em três convicções, entre as quais a gratidão e o respeito pela história do lugar que vai ocupar e dos que já passaram.

“Segundo,  quero estar próximo de todas as realidades presentes nesta igreja, a fim de melhor conhecer e melhor servir. Só podemos ser bons servidores se tivermos uma dose de humildade, contínua busca para conhecer a realidade onde nos encontramos”, explicou o Arcebispo.

A terceira convicção é ter sempre em mente que a igreja é uma obra colectiva e não individual, por isso prometeu auscultar, integrar e envolver os vários agentes e fiéis da arquidiocese para juntos levarem avante a obra de evangelização da palavra de Deus.

Dom João Carlos Nunes foi nomeado para este cargo após Dom Francisco Chimoio ter pedido ao Papa Francisco para começar a preparar a sua saída do Governo pastoral de Maputo.

Por isso, durante o seu discurso, Francisco Chimoio não escondeu a alegria. Sem dizer muito, sublinhou que já “não estou sozinho”.

“Nós dois teremos a tarefa de continuar a ajudar a todos vocês, a conhecer o caminho que vos leva à vida eterna e que vos leva a alcançar a salvação. Juntos poderemos caminhar para que o Senhor seja sempre conhecido e amado e seja sempre anunciado”, referiu Francisco Chimoio.

Outra recomendação é que Francisco Chimoio deve dar maior exemplo de caridade fraterna e de sentido colegial; deve amar e ajudar espiritual e materialmente o bispo coadjutor.

“Embora Dom Chimoio permaneça à frente da arquidiocese, a ele junta-se Dom João Carlos, juntos darão o testemunho de um serviço aos pobres e carenciados”, exortou Bertoldi.

Sendo coadjutor, Dom João Carlos, de 54 anos, poderá tornar-se Arcebispo de Maputo a qualquer momento e, sendo assim, será o quinto arcebispo da referida arquidiocese.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos