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Do nyau ao “tsova”, Festival de Songo comemora 43 anos da HCB

A 23 de Junho, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) celebra o aniversário da sua criação. Assim, neste sábado, a instituição completou mais um ano de existência. Agora são 43, os mesmos da independência nacional. Quer isto dizer, com efeito, que aquela empresa foi criada em 1975, dois dias antes do eterno 25 de Junho.

A fim de perpetuar a efeméride e, desde modo, lembrar aos moçambicanos que a barragem lhes pertence há uma dezena de anos, a HCB realizou o Festival de Songo.

Desde às 7 horas, várias actividades preencheram à exaltação da diversidade artística e cultural do país. O palco principal foi o Campo Polivalente de Songo, local muito concorrido por residentes dos bairros da vila e de outras províncias do distrito de Cahora Bassa, em Tete. Não obstante a maior aposta ter-se centrado nas manifestações artísticas, o evento até começou com desporto. Logo cedo, os participantes foram convidados a participarem numa sessão de ginástica, ao som de músicas seleccionadas para o efeito. Até aí, a inauguração oficial do festival ainda não tinha acontecido, todavia não tardou. A missão coube a Administradora de Cahora Bassa. Falando aos participantes e ao público em geral, Ana Maria Beressone Marcelino destacou a relevância da cultura no processo de aproximação das pessoas e no enaltecimento de um sentido identitário – com harmonia – dos povos. “A cultura é a expressão mais alta da união na diversidade da nossa população. Este é um vector importante no processo de desenvolvimento, preservação da paz e na promoção da harmonia social”. E Ana Maria Marcelino vincou: “o processo de desenvolvimento social e económico deve ter a cultura como ponto de partida de referência obrigatória”.

Mais do que isso, segundo entende a Administradora de Cahora Bassa, festivais ou intercâmbios culturais como os de Songo ajudam a promover manifestações tradicionais. E foi o que se viu, à laia de competição, quando os grupos de Nyau, representando diferentes zonas da vila, entraram em cena. Pintados a lama, de tangas e máscaras tenebrosas, grupos como Canmanga, Maroera e Agostinho Neto arrancaram a poeira do chão, merecendo aplausos e colorindo o festival com uma expressão de dança que é Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Ora, além de Nyau, houve espaço para a dança contemporânea, exibição de peças teatrais cómicas, exposição de artes plásticas com pinturas de carácter paisagística, feiras de gastronomia, de saúde e inaugurações de quatro fontenários de água em Casserebede, Thoa, Planalto e Chindengue. O acto foi presenciado por Pedro Couto, PCA da HCB, empresa financiadora. Segundo entende Couto, é preciso que as pessoas se unam para resolver o problema da seca que aflige Tete, apesar do grande rio Zambeze que atravessa a província.  

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